[Digimon] - Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Última edição por Gunner em Dom Jun 21, 2009 5:17 am, editado 2 vez(es)

Nome da Fanfic: Digimon - Os Cavaleiros Digitais
Nome do Autor: Gunner
Gênero Principal: Aventura e Mistério
Em que foi foi baseada: No anime Digimon
Recomendação Etária: 14+
Uma pequena Sinopse da História: Cinco adolescentes vão ao mundo digital para ajudar um lugar dominado por guerras.

Bem, essa fanfic eu já escrevo a algum tempo, vou, na medida do possível, atualizá-la simultaneamente com a 'Three Shards'. Espero que gostem, pessoal. Smile

Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Episódio 0 - Prólogo

No começo do mundo digital, nada existia. Deste nada, seus cinco digimons criadores decidiram criar vida. Estes digimons eram Huanglongmon, o dragão dourado, guardião do centro; Qinglongmon, o dragão azul, guardião do leste; Zhuqiaomon, a fênix vermelha, guardião do sul; Xuanwumon, a tartaruga de duas cabeças, guardião do norte; e Baihumon, o tigre branco, guardião do oeste.

Os cinco trabalharam juntos para criar esse mundo. Não era uma tarefa fácil, na verdade, parecia impossível. O mundo criado por eles não durou muito e logo entrou em colapso e desapareceu. Os cinco criadores ficaram extremamente desapontados com a instabilidade de sua criação, mas um dos criadores encontrou uma maneira de estabilizá-la. Huanglongmon se sacrificou para estabilizar o mundo digital. Ele usou toda sua energia para criar uma ponte entre o mundo digital e o mundo humano. Essa ponte usaria energia do mundo humano para manter o mundo digital estabilizado. Antes de partir, Huanglongmon deixou para os quatro criadores restantes a missão de criar a vida no mundo digital, criar as outras espécies de digimon.

Anos se passaram e os digimons do Mundo Digital entraram numa violenta guerra entre si mesmos. A guerra surgiu pelos desentendimentos entre os digimons dos três atributos; Vacina, Data e Vírus. Cada grupo dizia que era mais poderoso que o outro. Batalhas surgiam em todo canto do mundo digital e logo o caos se estabeleceu.

Os criadores entristeceram-se com tudo isso. Claramente não esperavam o conflito. A batalha era pior entre os digimons dos atributos Vacina e Vírus; com isso, os digimons do atributo Data foram quase varridos do mundo digital durante as batalhas; os poucos que sobravam escondiam-se em partes relativamente mais seguras do mundo digital e os que não tinham a mesma sorte, viravam escravos dos exércitos dos atributos Vacina ou Vírus.

Os criadores estavam agora reunidos em conselho. Eles concordaram em não interferir nas guerras para não violar o livre arbítrio dos digimons, suas criações. Mas concordaram que algo deveria ser feito para influenciar pelo menos indiretamente o curso dos eventos.

"O que faremos?" - sussurrou Xuanwumon, enquanto via um grupo de Agumons atacar um grupo de Gabumons.

"Não há muito o que fazer..." - respondeu Zhuqiaomon. Ele via um grupo de Patamons lutar com um grupo de PicoDevimons sobre a Montanha Muggen, na Ilha Arquivo.

"Nós não podemos apenas desistir!" - exclamou Baihumon.

"Eu tenho uma idéia." - disse Qinglongmon. Os outros três olharam para ele. "Nós criaremos um digimon, que terá um pouco do poder de cada um de nós. Assim ele terá poder suficiente para pacificar o mundo digital. Devemos começar imediatamente." - explicou Qinglongmon.

Passados cinco dias, a nova criação dos digimons criadores estava finalmente pronta. Tinha pele branca, cabelos loiros e olhos azuis. Doze asas de anjo surgiam de seu corpo humanóide. Linhas púrpuras passavam por sua face, peito e braço direito.

"Seu nome é Lucemon." - disse Qinglongmon, com um sorriso.

O pequeno digimon anjo olhava curiosamente para os quatro digimons.

"Você é o mais especial dos digimons, a totalidade de nossos poderes juntas em um só corpo, seu poder não é igualado pelo poder de nenhum outro digimon." - disse Zhuqiaomon, calmamente.

"Com seus poderes, Lucemon, você deve ir ao plano físico do mundo digital e pôr um fim nas guerras acontecendo lá e restaurar a harmonia que foi perdida." - explicou Xuanwumon. O anjo baixou levemente a cabeça e abriu suas asas, desaparecendo.

Os olhos de Lucemon se abriram e ele pôde ouvir sons de luta próximos a onde ele estava. O anjo sabia o que devia fazer e voou em direção aos sons. Ele apareceu por cima das chamas e da fumaça que cobriam o campo de batalha onde digimons das mais variadas espécies travavam uma violenta batalha. Lucemon fechou seus olhos e ergueu seus braços.

Uma nuvem de energia encobriu o anjo e ele abriu seus olhos, eles brilhavam. O olho direito tinha um brilho azul, enquanto que o esquerdo tinha um brilho vermelho.

O silêncio pairou no ar enquanto os exércitos de digimons paravam seus ataques. Então os digimons começaram a tremer de medo, enquanto alguns gritavam para atacar o recém-chegado digimon.

"Não temam." - disse Lucemon, amplificando sua voz. "Eu venho como um representante dos criadores. Eu venho em paz."

"Mentiroso!" - gritaram os digimons. "Destruam-no!"

Lucemon olhou surpreso para os inúmeros ataques que vinham em sua direção. O anjo ergueu seu braço direito e uma barreira azul formou-se em sua frente, anulando todos os ataques.

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Wizardmon, um digimon do atributo Data, olhou para o anjo; como um escravo do exército Vacina ele sempre tinha esperado pelo dia em que alguém viria para acabar com as guerras, mas ele nunca acreditou que veria isso vivo. Ele sorriu quando os ataques do exército Vacina e do exército Vírus foram bloqueados pelo anjo.

O líder do exército Vacina andava próximo ao mago. "Não acredito, será que...esse anjo foi realmente enviado pelos criadores?" - questionou ele.

Patamon, outro escravo, descia dos céus carregando um pergaminho. "General Leomon, tenho um comunicado urgente!"

"Diga!" - ordenou Leomon.

"General Ogremon pede por sua presença em um setor neutro." - respondeu Patamon. "Ele já tomou sua decisão." - Patamon desenrrolou o pergaminho e começou a lê-lo. "Levando em conta os recentes eventos e o aparecimento de uma nova força, nós, a força dos digimons Vírus, decidimos propor um acordo de cessar-fogo com a força dos digimons Vacina e com essa nova força. Negociações de paz começarão assim que este acordo de cessar-fogo for aceito."

"Onde ele quer se encontrar?" - perguntou Leomon.

"As ruínas na floresta." - respondeu Patamon.

"Eu estarei lá." - disse Leomon, andando em direção à floresta, acompanhado de uma guarda compostas por Agumons.

"Não acredito." - disse Wizardmon, com um sorriso. "Este pode ser meu último dia como escravo."

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As negociações de paz atingiram seu fim e a guerra terminou, os escravos e prisioneiros que ambos os exércitos mantinham foram libertados. Lucemon foi reconhecido como representante dos digimons criadores no mundo digital. Um templo em homenagem aos criadores começou a ser construído pelos digimons no topo da montanha Muggen na Ilha Arquivo; Lucemon moraria lá quando a construção terminasse. Lucemon saiu da tenda que era sua residência temporária, olhou para a construção e sorriu, os criadores ficariam orgulhosos.

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Mas, infelizmente, a época de paz não durou muito. O mal começou a se formar no mundo digital na forma de seis digimons demônios, eles eram: Phelesmon, LadyDevimon, Mephistomon, Dagomon, Belphemon e Daemon. Os quatro primeiros foram destruídos por Lucemon, porém, quanto aos dois últimos, o anjo só conseguiu aprisioná-los em um sono eterno do qual, possivelmente, nunca escapariam.

Dias depois, Lucemon olhava da varanda de seu templo, que tinha uma vista para toda a Ilha Arquivo, enquanto pensava. "Minha energia foi quase completamente drenada nestes últimos dias. Temo o que possa acontecer se outro digimon demônio aparecer. Acho que não suportaria lutar contra mais um." Ele olhou para baixo, vendo as várias espécies de digimons que moravam na Ilha Arquivo. "Por que eu preciso continuar como um Novato, quando todos os outros podem evoluir?" - questionava-se o anjo, tristemente.

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Alguns meses depois, os digimons no mundo digital seguiam cegamente todas as ordens de Lucemon. Os criadores estavam ficando preocupados. Lucemon suprimia violentamente toda e qualquer resistência que surgia no mundo digital. Qualquer um que não seguisse suas ordens era punido com a morte.

Os quatro digimons criadores estavam novamente em conselho.

"Isto não pode continuar." - disse Qinglongmon. "Não era nosso objetivo Lucemon dominar o mundo digital desta maneira."

"Seu poder está aumentando." - disse Baihumon. "Muito além do poder que nós o demos."

"Talvez o contato que ele teve com aqueles digimons demônios o corrompeu de alguma forma." - disse Xuanwumon.

"Isto não pode continuar!" - exclamou Zhuqiaomon.

"Zhuqiaomon está certo, algo novamente deve ser feito. Mas de uma maneira correta desta vez." - disse Qinglongmon.

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Então, treze digimons foram selecionados no mundo digital para conter Lucemon. Os Treze Cavaleiros Reais.

"Alphamon, Omegamon, Dukemon, AlforceVeedramon, Crusadermon, Dynasmon, Magnamon, Craniummon, Sleipmon, Duftmon, Examon, VictoryGreymon e Z'dGarurumon!" - disse Qinglongmon.

"Cavaleiros Reais, sua missão é encontrar e capturar Lucemon!" - disse Zhuqiaomon.

Os treze digimons curvaram-se levemente e voaram em direção à Ilha Arquivo.

"Isto vai dar certo, Qinglongmon?" - perguntou Xuanwumon.

"Vai dar certo, Xuanwumon. Eles não conseguirão destruir Lucemon. Eles terão que aprisioná-lo num lugar que já preparei ao sul da Ilha Arquivo. Porém, infelizmente, eles terão que se sacrificar para isso." - respondeu Qinglongmon, tristemente.

"Será melhor, assim. Já vimos que qualquer digimon com poderes extraordinários não consegue resistir à tentação de tentar dominar o mundo digital." - disse Baihumon.

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A batalha entre os treze cavaleiros reais e Lucemon foi violenta e sangrenta. Quando os treze digimons chegaram à Ilha Arquivo, trevas cobriam o local e o anjo tinha evoluído para Lucemon Fallen Mode.

Os cavaleiros reais conseguiram atrair o anjo caído até a Ilha Setup, uma pequena ilha ao sul da Ilha Arquivo. Local onde finalmente, aprisionaram Lucemon numa capela que Qinglongmon havia preparado para ser o lugar final de descanso do antigo preferido dos criadores. Mas os treze digimons pagaram com a vida. Quando jogaram Lucemon dentro da capela, os treze cavaleiros reais, por vontade própria, explodiram-se em partículas de dados e os criadores usaram esses dados para selar a capela para sempre.

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"Isso era realmente necessário?" - perguntou Xuanwumon. Ele e os outros digimon criadores olhavam tristemente para a capela onde Lucemon agora dormia.

"Sim, esses digimons sacrificaram suas vidas para proteger o mundo digital, seu sacrifício jamais será esquecido." - disse Zhuqiaomon.

"Isto foi o bastante para aprisionar Lucemon?" - perguntou Baihumon.

"Foi o bastante, Lucemon está agora completamente aprisionado. Eu espero, do fundo do meu coração, que algum dia nosso prodígio se libertará da contaminação e poderá ser livre mais uma vez, mas até lá ele precisará suportar sua prisão." - respondeu Qinglongmon, tristemente.

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Trezentos anos se passaram e uma nova guerra ameaçava o mundo digital. A alguns anos atrás, começaram a surgir digimons de um novo nível, o nível Armadura. Eles diziam que eram melhores que os digimons normais e só eles tinham o direito de viver no mundo digital. Eles começaram dominando pequenas ilhas e agora já estavam confiantes o bastante para planejar dominar os continentes. Os quatro digimons criadores viram que era novamente o momento de interferir indiretamente no problema e reuniram-se em conselho mais uma vez.

"Nós não podemos fazer muito, nunca nos recuperamos da quantidade de poder que gastamos com Lucemon e seu aprisionamento." - disse Xuanwumon.

"Então, não há nada que possamos fazer?" - perguntou Baihumon.

"Há algo, mas preciso da aprovação de todos vocês." - disse Qinglongmon.

"Certamente você não quer dizer..." - começou Zhuqiaomon.

"Sim, é isso mesmo, Zhuqiaomon. Agora eu entendo porque Huanglongmon, quando se sacrificou, criou uma ponte entre nosso mundo e o mundo humano. Era intenção dele que, quando o mundo digital estivesse em perigo, humanos pudessem vir do mundo humano e acabar com a ameaça." - explicou Qinglongmon.

"Você consegue confiar em criaturas de outro mundo para salvar o nosso mundo?" - perguntou Zhuqiaomon.

"Não temos outra escolha, Zhuqiaomon. Não temos poder suficiente para criar um digimon para atuar como um pacificador. E também vimos o quão certo isso deu da última vez. Tem minha aprovação, Qinglongmon." - disse Baihumon.

"Baihumon já disse tudo. Eu também aprovo." - disse Xuanwumon.

"Se todos concordam, eu também dou minha aprovação. Mas já aviso que acho pouco possível que dê certo." - disse Zhuqiaomon.

"Muito bem, então vamos cumprir o desejo de Huanglongmon." - disse Qinglongmon, chamando um digimon cor-de-laranja, com olhos azuis e pequenas asas de morcego e patas pretas.

"Essa será sua missão, Patamon." - disse Qinglongmon. "Vá ao mundo humano e escolha cinco humanos que você entenda que estejam aptos a cumprir a missão que Huanglongmon nos deixou."

Patamon sorriu e assentiu aos quatro digimons criadores. Não iria desapontá-los, isso era uma certeza.

"Os humanos que Patamon escolher serão chamados por nós de Cavaleiros Digitais." - afirmou Qinglongmon.

Wow!!!Mais um ilustre e saudoso Amigo da Digimon Forever a escrever sua fanfic aqui no forum The Writers!Só agora eu me liguei quem é você Gunner!Prazer em ve-lo de novo GuilhermeGP você e a maravilhosa fanfic Digimon-Os Cavaleiros Digitais!Fico muito feliz e contente de saber que poderei ler sua historia enfim desde o começo e ver as alterações que você fez nela desta vez.Tenho um monte de idéias para começar os Digimon dos Cavaleiros Digitais:Pensei no seguinte os membros da Resistência Digimon na Ilha Boot poderiam desta vez ser liderados por um Flamon e um Strabimon que Digivolveriam para Agnimon,BurningGreymon,Aldamon,KaiserGreymon e AncientGreymon Wolfmon,KendoGarurumon,Beowulffmon,MagnaGarurumon e AncientGarurumon haveria também no grupo um Bearmon que Digivolveria para Grizzmon,Korikakumon e AncientMegatheriunmon e quanto a Impmon pensei no seguinte ele não seria mais Devimon na fase Champion ele seria desta vez a príncipio Duskmon depois Velgremon depois Beelzebumon e Beelzebumon Blast Mode porém teria a face das "Trevas Corruptas" e a face das "Trevas Heroicas" na qual ele digivolveria para Löewemon no lugar de Duskmon KaiserLeomon no de Velgremon Reichmon no de Beelzebumon e AncientSphinxmon no de Beelzebumon Blast Mode se ainda tiver na historia Kokabuterimon e Pyomon eles poderiam Digivolver para Beetlemon,MetalKabuterimon,RhinoKabuterimon e AncientBeetlemon e Kazemon,Zephyrmon,JetSilphymon e AncientÍrismon.Já os Gêmeos Guilmon e BlackGuilmon eu pensei na seguinte idéia eles poderiam dar lugar a dois gêmeos Dracomons que Digivolveriam para Coredramon Azul,Wingdramon,Slayerdramon e Coredramon Verde,Groundramon,Breakdramon e fariam uma Megadigivolução de DNA no 11º Cavaleiro Real Examon.Porém no caso eu também imaginei que cada Cavaleiro Digital receberia através do elo com seu Digimon uma Digi-Arma Sagrada e Poderes Garantidos como os de um Clerigo de D&D ( "Dungeons & Dragons" o mais classico RPG de tabuleiro que existe )ligados a um elemento relacionado ao seu Digimon no caso "Fogo","Luz","Trevas","Gelo","Trovão" e "Vento" que cresceria e evoluiria como em "Guerreiras Magicas de Rayearth"!Ufa quantas pitadas na sua fanfic que nem começou Gunner...Mas enfim estarei aguardando ansioso pelo primeiro capitulo!Inté!

Valeu pelo comentário, Alexis. Very Happy

Esta versão da fanfic é, na realidade, aquela segunda versão mesmo que eu já tinha começado, portanto, além do prólogo, mais cinco capítulos estão prontos e não vão sofrer alterações. Obrigado por todas as sugestões, mas como eu disse, várias coisas já estão definidas, porém, essa sugestão do Impmon digivolver para Duskmon e Löewemon me parece muito boa, vou levá-la em consideração mais para frente na fic. Vou esperar mais alguns dias e posto o primeiro capítulo por aqui. Smile

Última edição por Gunner em Dom Jun 21, 2009 5:17 am, editado 1 vez(es)

Bem, aqui está o primeiro capítulo da fic. Espero que gostem, pessoal. Smile

Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Primeira Temporada: As Armaduras da Discórdia
Episódio 1 - Viagem Rumo ao Desconhecido

O ano era 2009; em alguma estrada do interior do Japão, um enorme trem de metal vermelho cruzava os trilhos enfeitando ainda mais o cenário, que já contava com um céu sem qualquer vestígio de nuvens, o magnífico sol que brilhava intensamente, campos verdes e algumas montanhas no horizonte, este trem ia em direção ao litoral.

Dentro deste trem, encontravam-se vários adolescentes que estavam numa viagem de férias de verão promovida por seu colégio. Esses estudantes dividiam-se entre os vários compartimentos que o trem oferecia. Esses compartimentos tinham paredes e assentos estofados, as paredes na cor vinho e os assentos na cor vermelha. Num compartimento perto do fundo do trem, encontrava-se um grupo de cinco amigos, três garotos e duas garotas, todos com dezesseis anos. Quatro deles estavam dormindo, exceto o garoto que sentava ao lado da janela, ele estava ansioso pela hora em que chegariam à praia, porém, tinha certeza que as férias seriam, no máximo, comuns. A não ser que aceitassem a proposta feita a eles no dia anterior.

Seu nome era Duke Kazama, ele tem cabelos pretos curtos, olhos igualmente pretos e pele branca. Estava vestindo o uniforme que o colégio tinha obrigado os alunos a usar ao menos durante a viagem, uniforme este que era composto por calças vermelhas, uma camisa branca e gravata vermelha, que Duke tinha afrouxado, devido ao calor que crescia cada vez mais, à medida que se aproximavam de seu destino.

Duke voltou sua atenção aos seus amigos que estavam dormindo. Primeiro, ele olhou para a garota que estava sentada no assento à frente dele, do lado mais próximo da porta do compartimento; ela tinha cabelos loiros compridos, olhos verdes, pele branca pálida e vestia o uniforme do colégio, com a diferença do formato da gravata, que para as garotas era no formato 'borboleta' e a saia que usava ao invés da calça que os garotos usavam; seu nome era Kimie Hinari. Kimie era uma garota que aparentava andar sempre de mau humor, fato que era verdade, menos quando ela estava junto de seus amigos. Na verdade, o grupo que esses cinco amigos formavam era extremamente restrito, eles sempre andavam juntos e muito raramente eram vistos com outras pessoas de fora do grupo.

Duke transferiu sua atenção para o garoto que estava sentado ao lado de Kimie. Ele tinha cabelos pretos que iam até os ombros, olhos pretos e pele bronzeada. Também usava seu uniforme do colégio, seu nome era Ryu Sohda. Ryu tinha uma personalidade fechada, só falava quando necessário, normalmente palavras sábias, tinha fama de ser um ótimo observador; viciado em tecnologia, sempre tinha seu notebook à mão.

'Menos agora.' - pensou Duke, rindo. O notebook de Ryu estava guardado em sua mala, que estava na prateleira do compartimento.

Duke agora olhava o garoto que estava sentado ao lado de Ryu, e diretamente à sua frente. Tinha cabelos castanhos claros bagunçados que iam até os ombros, olhos castanhos escuros, pele branca e uma quase imperceptível barba em seu queixo, também usava o uniforme do colégio, seu nome era Sho Hama. Sho era o melhor amigo de Duke; junto com Kimie, os três se conheciam desde que eram bebês, Ryu chegou logo depois, quando tinham seis anos. Sho tinha uma personalidade que era o oposto de Ryu e quase a mesma de Duke. Duke e Sho eram os mais desembaraçados entre os cinco, tinham mais amigos fora do grupo, viviam envolvidos em confusão. Duke riu internamente ao lembrar-se de algumas dessas confusões.

Por fim, Duke voltou sua atenção à garota que estava sentada ao seu lado. Tinha cabelos castanhos escuros compridos, olhos verdes e pele branca, também usava o uniforme do colégio, seu nome era Claire Stroum. Claire tinha chegado ao Japão com sua família no ano anterior, vindos da Inglaterra. Ela logo foi aceita no restrito grupo de Duke, Sho, Ryu e Kimie, fato que chocou os colegas de classe deles. Claire tinha uma personalidade equilibrada, não era baderneira como Duke e Sho e nem mal humorada como Kimie. Alguns meses depois, Claire e Duke começaram a namorar, mas acabou não dando certo e eles terminaram também alguns meses depois. Duke suspirou, a idéia de terminar o namoro tinha sido de Claire, ele só tinha concordado porque queria vê-la feliz, mas ainda gostava dela.

Duke olhou novamente para a paisagem que passava do lado de fora da janela. O cenário estava mudando, o que significava que estavam quase chegando à praia; as montanhas e campos verdes, deram lugar à uma vegetação rasteira e o calor continuava insuportável. Duke percebeu um movimento no outro canto do compartimento e viu que Kimie tinha acabado de acordar.

"Droga, queria que chegássemos logo, essa viagem já está me enervando." - disse a garota, com sua tradicional irritação.

"Calma, já devemos estar chegando." - disse Duke. "Já até consigo ver o mar no horizonte."

"Mesmo assim, estar chegando não significa ter chegado." - disse Kimie, levantando-se e aproximando-se da janela.

"Se irritar não vai fazer o trem ir mais rápido." - calmamente disse alguém no compartimento, assustando Duke e Kimie.

"Gaaahhh!! Droga, Ryu!" - disse Kimie, tentando recuperar o fôlego depois do susto. "Pelo menos avisa que acordou!"

"Você ainda vai acabar matando um de nós do coração com essa sua mania." - disse Duke, num estado semelhante ao de Kimie.

Kimie se irritou ainda mais com o silêncio do amigo. "Você está se divertindo, não?!"

Ryu abriu um um sorriso quase imperceptível com os cantos da boca. "Sim."

"Kimie, não mate o Ryu." - disse Duke, sem nem tirar os olhos da janela.

"Eu não estava fazendo nada!" - exclamou a garota, ainda em pé ao lado da janela.

"Mas estava pensando em fazer." - disse Duke, encarando a amiga com um sorriso irônico. "E conhecendo você, diria que estava planejando a forma mais dolorosa possível."

"Eu não sou tão violenta assim." - disse Kimie, com um leve sorriso.

"Não, eu é que sou." - respondeu Duke, sarcasticamente.

"Ei, vocês viram como ele está?" - perguntou Ryu, fazendo um sinal com a cabeça para cima, onde ficavam as prateleiras que guardavam as malas do grupo.

"Não." - respondeu Kimie.

"Como não?!" - exclamou Ryu, levantando e acordando Sho e Claire com o barulho. "Ele pode destruir meu notebook!"

"Você quem quis colocar ele do lado da sua mala." - disse Kimie, enquanto Sho olhava Duke com uma cara de 'o que foi dessa vez'.

"Mas eu pensei que vocês iriam dar uma olhada de vez em quando!" - exclamou Ryu, em uma das únicas vezes que ficava irritado, quando a integridade de seu notebook era ameaçada.

Claire levantou e subiu no assento enquanto Sho, Ryu e Kimie discutiam e começou a mexer nas malas que estavam na prateleira.

"Deve estar por aqui." - murmurou a garota.

"Você achou ele?" - perguntou Duke, aproximando-se e congelando-se ao ver onde estava. Bem debaixo de uma garota que usava saia, garota que, só por acaso, era sua ex-namorada.

"Gaaaahh! Duke, sai de baixo de mim agora!" - gritou Claire, ruborizando-se instantaneamente.

"Desculpa!" - gritou Duke, escondendo-se atrás de Ryu.

"Achei ele." - disse Claire, tirando de trás das malas uma estranha criatura cor-de-laranja, olhos azuis e asas de morcego.

"Não precisavam ter me escondido tão lá no fundo." - resmungou o bicho.

"Desculpe Patamon." - disse Sho. "Seu nome é Patamon mesmo, não é?"

"Sim, então, já pensaram na proposta que fiz a vocês?" - perguntou Patamon, de seu lugar nos braços de Claire.

"Eu não sei se é uma boa idéia, nem sei se acredito nisso tudo." - respondeu a própria Claire.

"Se Patamon está aqui, então o mundo que ele nos falou provavelmente também existe." - disse Ryu, calmamente. "Apesar de ser perigoso, a idéia de visitar um mundo digital me atrai muito."

"Eu mantenho minha opinião." - disse Duke. "Todos sabemos que essas férias vão ser iguaizinhas às outras vezes. O que estou tentando dizer é que podemos ter uma aventura que ficará para sempre, entenderam?"

"Eu concordo totalmente com o Duke." - disse Kimie, firmemente.

"Não sei, Duke." - disse Sho. "Nós já fizemos muita loucura, mas isso é loucura demais até pra nós."

"Eu já dei minha opinião, mas se vocês são medrosos demais, o problema não é meu." - disse Duke, voltando sua atenção para a janela.

"Não me inclua nesse grupo, eu não estou com nenhum pouquinho de medo!" - berrou Kimie.

"Patamon, você já avaliou outras pessoas, talvez adultos?" - perguntou Ryu.

"Não, de algum jeito eu sei que as pessoas que devo escolher são pessoas da idade de vocês, não pessoas mais velhas." - respondeu Patamon.

"Mas por que nós?" - perguntou Claire.

"Vocês pareceram legais quando eu vi." - respondeu Patamon.

"Ok, suponha que a gente aceite, o que vamos ter que fazer?" - perguntou Sho.

"Não tenho a mínima idéia." - respondeu Patamon, para o espanto de todos.

"Acho que esse bicho tá tirando uma com a nossa cara." - resmungou Sho.

"Eu sei perfeitamente o que estou fazendo! Não me questione!" - gritou Patamon, extremamente irritado.

"Fala baixo, não queremos que alguém saiba que você está aqui!" - disse Kimie.

"Mas você não sabe no que consiste essa tal missão que tem pra gente." - constatou Claire.

"Bem, menos isso." - disse Patamon, ficando um pouco sem graça.

"Essa discussão não vai chegar em lugar algum, vamos ver quem quer ir e quem não quer." - disse Duke, tentando resolver a situação.

"É justo." - disse Ryu. "Bem, eu decidi. Vou querer ir, estou curioso com essa idéia de um mundo digital."

"Vocês já sabem o que eu penso." - disse Duke

"Eu estou com o Duke, vai ser bem legal." - disse Kimie, olhando para os outros integrantes do grupo um olhar de 'se atrevam a discordar de mim'.

"Ah, cara!" - disse Sho. "Eu não sei."

"Sho, como você já disse, já nos metemos em muita coisa estranha." - disse Duke. "Pense nisso como a aventura suprema, nós nunca vamos conseguir outra loucura como essa."

"Ok, já que você coloca desse jeito, por que não?" - Sho finalmente concordava, ainda que um pouco relutante.

Todos na cabine olharam para Claire, que ainda tinha Patamon nos braços.

"O que foi?" - perguntou ela.

"O que você decide, Claire?" - perguntou Kimie. "Nós quatro vamos."

"Não consigo decidir, estou com um pouco de medo." - respondeu Claire.

"Não se preocupe." - disse Duke, aproximando-se da garota. "Nós não vamos deixar nada acontecer com você."

"Não vamos nem deixar algum tarado pervertido olhar por baixo de sua saia." - disse Sho, divertindo-se com a expressão que Duke e Claire fizeram.

"Muito obrigado, Sho." - murmurou Duke, dando uma cotovelada no amigo.

"Então eu vou, mas lembre-se que vocês prometeram que me protegeriam." - disse Claire.

"Decidiram-se todos?" - perguntou Patamon, impaciente.

"Sim." - respondeu Duke.

"Ainda bem, pensei que iam me enrolar mais ainda." - disse Patamon.

"Ei, lembre-se que quem veio pedir ajuda a nós foi você!" - disse Kimie, encarando a criatura ameaçadoramente.

"Tem razão, me desculpem." - disse Patamon.

"Agora que tudo está decidido, como vamos até esse mundo digital?" - perguntou Ryu.

"Quando eu estava junto com as malas, eu coloquei um programa de portal no seu computador." - respondeu Patamon.

"O quê?! Você mexeu no meu notebook?!" - exclamou Ryu.

"Claro que não, quando eu soube que escolheria vocês, me comuniquei mentalmente com os digimons guardiões e pedi que enviassem o programa ao seu computador." - respondeu Patamon.

"Menos mal." - disse Ryu, subindo no assento e tirando seu notebook de dentro de sua mala.

"Não me parece que um bichinho tão pequeno como você tenha um poder tão forte como comunicação mental." - disse Kimie, desconfiada.

"Eu não sou um digimon comum, eu fui criado pelos guardiões com o único objetivo de escolher cinco humanos para irem ao mundo digital." - respondeu Patamon.

"E o que vai acontecer com você depois disso?" - perguntou Claire, preocupada com o destino da pequena criatura.

"Eu não sei." - respondeu Patamon.

Todos esperaram ansiosamente Ryu ligar o computador. Patamon parecia de longe ser o mais ansioso de todos, ele realmente não queria falhar em sua missão.

"Procure pelo programa." - instruiu Patamon.

"Ok, achei ele. O que faço?" - perguntou Ryu.

"Execute-o."

"E depois?" - perguntou Ryu, ao ver que uma janela estranha tinha aberto na tela.

"Esperem." - disse Patamon.

Alguns segundos depois, uma forte luz branca foi emitida pelo computador, cegando a todos dentro do compartimento. Quando ela se desfez, a única coisa que podia ser vista dentro da cabine era um notebook caído no chão.

Realmente o primeiro capitulo continua bem legal!Gostei da maneira como introduziu cada um dos protagonistas e como Patamon os selecionou!O Bichinho lesado,os 4 Digimon Divinos lhe instruem para procurar sabiamente e escolher os humanos mais adequados e ele "Sei lá!Achei vocês legais!" pro grupo de Duke e Cia!Mas mudando de assunto é muito bom saber que já tem 5 capitulos prontos pois assim dá para ter uma certa comodidade em se escrever a fanfic!Enfim gostei do capitulo e estarei esperando pelo próximo!Inté e sucesso com a fanfic Gunner! Very Happy

Eu tô ligado! Eu já li esta fic na DF, e agora ela reposatda aqui, relembrei e estou amando! Cara, o nerdinho e seu laptop, Duke e Claire, os apaixonados, e a menininha mal-humorado! A melhor equipa já feita em fics de Digimon! Bom, sua fic tem uma boa organização e descrição boa ao mesmo tempo, mas descreva mais os digimons!

Patamon realmente é uma figura =D Chega assim, de sopetão, sem falar nada. Bom, não vou comentar sobre a zona que os Níveis Armadura fizeram com os supostos digimons heróis da fic, paar não estragar surpresas. Espero o próximo capítulo.

Valeu pelos comentários, Alexis e Leonardo. Very Happy

Realmente, o Patamon da fic é muito preguiçoso. Laughing

Sobre o grupo dos humanos que o Leonardo mencionou, minha intenção foi essa mesmo, cada um deles ter uma personalidade forte e marcante.
Bem, vou esperar uns dias e posto o segundo episódio, pessoal. Smile

Estou adorando essa fanfic, que apesar de estar a pouco tempo aqui, na minha opinião já superou a sua outra.
A personalidade do grupo foi ótima, e adorei você tê-los escolhidos citando que eram um grupo restrito. Realmente são pessoas marcantes. (*_* Queria ter amigos como eles no dia-a-dia xD).

A Kimie logo vai poder ser apelidade de "Kimera" pelas atitudes estressadas que ela tem. Adorei ela!
O Duck é ótimo também e pôde mostrar que vai ser um bom líder. Já sinto que ele vai organizar e muito seus amigos e pelo visto vai até defendê-los bastante.
O Ryu mostrou ser um tecno-nerd interessante, e aguardo por mais emoções sobre ele.
Os outros ainda terei tempo de analisá-los melhor.

Patamon é bem bobinho e preguiçoso, e parece que essa de "fui criado para esta missão somente" ainda vai dar o que falar, pois parece que o "bichinho" terás de acompanhar os "Cavaleiros Digitais" daqui pra frente em sua jornada.

O prólogo me pareceu que você se inspirou em Digimon Frontier e fez várias mudanças na história do animê. Bom, agora aguardo por mais. Só não gostei muito de saber que os 4 digimons sagrados eram os Deuses da fanfic, e que Lucemon ficara aprisionado enquanto os Cavaleiros Reais tiveram que pagar com a vida, bah, Lucemon devia morrer também... parece que essa parte já foi realmente montada para a volta de Lucemon acontecer.

Aguardo por mais!

Valeu pelo comentário, Jean William. Very Happy

Pelo visto, a aprovação aos humanos foi maior do que eu esperava, mas no próximo episódio eles não aparecerão para que eu possa contar melhor a história sobre a situação em que o mundo digital se encontra; eles só retornarão no terceiro episódio. Sobre Patamon, na verdade, ele vai passar um tempo sumido, mas retornará mais tarde. O prólogo, me baseei em várias teorias e pensamentos sobre Digimon e juntei tudo numa só fic. Sobre Lucemon, só lendo pra saber. Laughing

Bem, resolvidos os problemas que me mantinham afastado, vou retomar a postagem dos capítulos. Smile

Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Primeira Temporada: As Armaduras da Discórdia
Episódio 2 - Batalhas na Ilha Boot

Numa escura caverna, iluminada apenas pelas chamas de uma fogueira, duas criaturas aparentavam estar descansando. A primeira, que estava acordada, parecia um cachorro bípede com enormes orelhas de coelho, na cor marrom com detalhes cor-de-rosa e olhos pretos; a segunda criatura, que dormia, era um anfíbio verde, com olhos vermelhos e um alto e estiloso topete moicano, também vermelho. O cachorro-coelho estava sentado, tinha um graveto de madeira na mão direita e cutucava a fogueira de vez em quando. Após alguns minutos, o anfíbio verde acordou e olhou para os lados, ele dormia apesar de já estar anoitecendo.

"Eles ainda não voltaram?" - perguntou ele, com a voz ainda afetada pelo sono.

"Não, Betamon." - respondeu o cachorro-coelho, com uma voz feminina, indicando que era uma fêmea. "Ainda não."

"Está ficando cada vez mais difícil sobreviver por aqui. Se não tivéssemos BlackGuilmon por perto já teríamos morrido a muito tempo." - disse Betamon. "Não acha, Lopmon?"

"Sim, e olha que o 'Exército Armadura' só chegou à nossa Ilha Boot a três semanas atrás." - constatou Lopmon.

Nisso, um barulho de passos na entrada da caverna alertou Lopmon e Betamon. A entrada da caverna não aparecia de onde os dois monstros digitais estavam, pois depois da entrada havia um estreito corredor curvado que levava à pequena sala onde os dois estavam.

"Fique em guarda." - disse Lopmon, ao que Betamon assentiu e obedeceu.

Após alguns segundos, Lopmon e Betamon aliviaram-se ao ver que quem havia chegado na caverna não era nenhum inimigo. O primeiro dos monstros era um lagarto preto, com vários detalhes vermelhos pelo corpo, o símbolo Hazard no peito e olhos vermelhos; seu nome era BlackGuilmon. O outro monstro parecia uma tomada elétrica de metal, com braços e pernas, e olhos vermelhos; seu nome era Kokuwamon.

BlackGuilmon aproximou-se de Betamon e Lopmon e derrubou no chão uma rede feita de cordas que continha algumas frutas dentro.

"BlackGuilmon, onde está o Muchomon?" - perguntou Betamon, referindo-se ao digimon pássaro que tinha sido um dos que tinham acompanhado BlackGuilmon e Kokuwamon.

"Morto." - respondeu BlackGuilmon, indo até uma rocha meio achatada dentro da pequena sala e deitando-se.

"O que aconteceu?" - perguntou Lopmon, voltando-se para Kokuwamon. "E Elecmon?"

"Fomos atacados por Rinkmon." - respondeu Kokuwamon, com uma voz cansada. "Mesmo com três de nós não foi o suficiente para derrotá-lo. Muchomon acabou sendo atingido por um golpe mais forte e não resistiu. Elecmon sumiu durante a luta, nós não o vimos desde então."

"Mais um, me pergunto até quando nós vamos aguentar." - comentou Lopmon, sentando-se novamente no chão da caverna.

"Lopmon tem razão, é hora de reagirmos." - disse BlackGuilmon, levantando-se. "Nós já perdemos Floramon e Muchomon; Veemon e meu irmão Guilmon continuam desaparecidos e podem até estar mortos também. Claro, e tem mais esse problema com o Elecmon."

"Não podemos ficar nos escondendo." - disse Kokuwamon. "Temos que encontrar a casa de Wizardmon o mais rápido possível."

"Sim, mas mesmo que a gente saiba o caminho, com esses digimons de armadura vigiando cada estrada e atalho, vai ser muito difícil chegar lá." - afirmou Betamon.

"Ainda assim, devemos tentar." - disse BlackGuilmon. "Ou vamos morrer e não vai demorar muito."

"Falando em morrer, Rinkmon não seguiu vocês até aqui, seguiu?" - perguntou Betamon.

"Não, nós conseguimos despistá-lo." - respondeu Kokuwamon. "E depois ainda corremos um pouco para longe desta caverna antes de voltarmos só para ter certeza."

"Vocês dois deviam descansar, tiveram um dia muito difícil hoje." - disse Lopmon, referindo-se a BlackGuilmon e Kokuwamon.

"É o que eu vou fazer, e amanhã nós vamos discutir mais sobre ir até a casa do Wizardmon." - disse BlackGuilmon, voltando a se deitar na rocha que ele tinha feito de cama.

"Vocês vão vigiar essa noite?" - perguntou Kokuwamon.

"Sim, pode deixar comigo e com Betamon." - respondeu Lopmon. Diante da resposta da digimon, Kokuwamon sentou-se num canto da caverna e também dormiu.

"Quem vai ficar vigiando o lado de fora?" - perguntou Betamon, depois que BlackGuilmon e Kokuwamon já dormiam.

"Eu vou, posso ser mais rápida que você." - respondeu Lopmon, dirigindo-se à entrada da caverna.

"Infelizmente é verdade." - disse Betamon. "Então, eu fico por aqui mesmo."

"Não vá dormir." - disse Lopmon, desaparecendo da vista do digimon anfíbio.

"Você também, Lopmon." - murmurou Betamon, olhando as chamas da fogueira.

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Algumas horas depois, já era noite na Ilha Boot e tudo estava quieto na caverna onde estavam BlackGuilmon, Lopmon, Betamon e Kokuwamon. Apesar do aviso de Lopmon para que não o fizesse, Betamon dormia profundamente, assim como BlackGuilmon e Kokuwamon, que descansavam merecidamente.

De repente, Lopmon entra extremamente apressada na caverna e fica ainda mais irritada ao ver Betamon dormindo. A digimon, no entanto, se dirige até onde BlackGuilmon dormia.

"Black, Black, acorde!" - disse Lopmon, chacoalhando o digimon.

"Hmmm, o que foi?" - perguntou BlackGuilmon, com muito sono nos olhos.

"Eles estão aqui." - respondeu Lopmon.

Nisso, os olhos de BlackGuilmon imediatamente se abriram e não aparentavam ter nenhum vestígio de sono. O digimon rapidamente levantou-se e foi em direção a Kokuwamon, que dormia recostado a um canto da caverna.

"Kokuwamon, acorde!" - exclamou BlackGuilmon, dando um tapa na cabeça do digimon metálico. "Lopmon, acorde o Betamon."

"Aiii, isso dói." - reclamou Kokuwamon.

"Dói nada, sua cabeça é muito dura." - disse BlackGuilmon. "Prepare-se Kokuwamon, eles nos encontraram."

O digimon máquina teve a mesma reação de BlackGuilmon e prontamente levantou-se.

"Lopmon, quão longe eles estão?" - perguntou BlackGuilmon, assumindo uma posição de comando.

"Devem chegar aqui em três minutos." - respondeu Lopmon, que havia acabado de acordar Betamon. "E BlackGuilmon, quem está vindo não é Rinkmon."

"Quem é então?" - perguntou o digimon lagarto.

"Rabbitmon e dois Armadillomons." - respondeu Lopmon.

"Isso é bom, talvez possamos vencer essa luta." - disse Kokuwamon.

"Kokuwamon tem razão." - comentou Betamon. "Rabbitmon não é tão forte assim."

"Vamos nessa, então." - disse BlackGuilmon, correndo para a entrada da caverna, sendo seguido pelos outros três digimons. "Essa é uma luta que vamos encarar de frente."

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Dois minutos depois, na noite da floresta da Ilha Boot, o quarteto de digimons havia encontrado seus oponentes. Ventava, fazendo as folhas das altas árvores chacoalharem. Nenhum dos dois lados fazia qualquer movimento, um esperando o outro atacar. Rabbitmon era um coelho grande, de olhos verdes, e uma armadura cor-de-rosa com detalhes brancos; os dois Armadillomons eram digimons que se pareciam com tatus com um casco bege que parecia ser bem resistente, tinham orelhas e patas amarelas e olhos verdes.

"Esta Ilha Boot tem sido um pouco mais difícil de dominar do que as outras ilhas." - disse Rabbitmon. "Vocês estão resistindo, mas no fundo sabem que mais cedo ou mais tarde nós vamos conseguir dominar esta ilha também, então por que não desistem dessa luta inútil e se juntam ao 'Exército Armadura'?"

"Nunca vamos nos juntar a vocês." - respondeu BlackGuilmon, com uma voz ameaçadora.

"É uma pena." - disse Rabbitmon, olhando para baixo. "Ataquem Armadillomons!"

"Lopmon e eu damos conta desses dois, BlackGuilmon." - disse Kokuwamon. "Você e Betamon vão pegar o Rabbitmon."

"Ok, conto com vocês, Kokuwamon e Lopmon." - disse BlackGuilmon correndo em direção a Rabbitmon, seguido por Betamon, que não tinha como correr muito rápido devido ao formato de seu corpo.

"Ei, não corra muito, Black!" - gritou o digimon anfíbio.

"Tem certeza de que seus amigos podem derrotar os Armadillomons?" - provocou Rabbitmon. "Talvez vocês devessem voltar e ajudá-los."

"Kokuwamon e Lopmon estão preparados para o pior." - respondeu BlackGuilmon. "Vamos, Betamon."

"Bafo Viral!!" - exclamou BlackGuilmon, lançando uma pequena esfera de fogo contra o digimon coelho.

Rabbitmon colocou o braço esquerdo na frente do rosto para bloquear o ataque e quando a esfera de fogo o atingiu, ele sentiu uma forte dor no braço que tinha usado de escudo. "Aaah!"

"Parece que o 'Exército Armadura' mandou alguém mais fraco desta vez." - comentou Betamon, que acabava de chegar onde BlackGuilmon e Rabbitmon lutavam. "E não vou te deixar respirar! Choque Elétrico!!"

"Droga." - disse Rabbitmon, tendo tempo apenas de mover o mesmo braço para proteger o rosto novamente. A pequena descarga elétrica agravou ainda mais a situação do braço do digimon coelho.

"Parece que meu braço esquerdo vai estar inutilizado pelo restante desta luta." - disse Rabbitmon, apoiando o citado braço no chão com um pouco de dificuldade, devido à dor. "Mas não importa, só preciso de um braço para acabar com vocês. Bomba de Cenoura!!"

Com isso, Rabbitmon produziu em sua pata direita uma granada em forma de cenoura e jogou-a rapidamente onde estavam BlackGuilmon e Betamon. Os dois digimons pularam um para cada lado para desviar do explosivo.

Naquele momento, Kokuwamon e Lopmon tinham acabado de terminar a luta contra os dois Armadillomons, que fugiram quando viram que seriam derrotados.

"BlackGuilmon, Betamon! Estamos indo ajudar vocês!" - avisou Lopmon, enquanto Kokuwamon e ela corriam em direção aos dois amigos.

BlackGuilmon e Betamon olharam para trás por causa do aviso de Lopmon e Rabbitmon aproveitou a distração dos dois digimons para, silenciosamente, produzir outra granada. Ele sabia que tinha que escolher um alvo dessa vez ao invés de tentar atingir os dois ao mesmo tempo. Ele olhou para BlackGuilmon e resolveu não escolhê-lo porque achava que ele iria desviar-se mais rapidamente da granada; então ele olhou para Betamon, o digimon anfíbio seria aquele que iria ser morto.

"Bomba de Cenoura!!" - exclamou Rabbitmon, lançando sua granada contra Betamon, que só teve tempo de olhar novamente para onde estava o digimon coelho.

BlackGuilmon cobriu os olhos para proteger-se da explosão. Após alguns segundos, o digimon lagarto abriu os olhos e viu uma pequena nuvem de fumaça no lugar onde Betamon estava, mas pôde enxergar as partículas de dados que flutuavam pelo local. Era oficial, BlackGuilmon tinha falhado mais uma vez com seus companheiros e mais importante do que isso, tinha perdido mais um amigo.

Kokuwamon e Lopmon assistiram horrorizados à cena que matou mais um de seus amigos, BlackGuilmon não tirava os olhos da fumaça causada pelo explosivo. Após alguns momentos, quando o choque da perda de Betamon diminuiu um pouco, BlackGuilmon olhou friamente para Rabbitmon; Kokuwamon e Lopmon chegaram perto do digimon lagarto com o mesmo tipo de olhar. Kokuwamon tomou uma posição ao lado direito de BlackGuilmon, enquanto Lopmon ficou ao lado esquerdo.

"Vamos fazer aquilo que treinamos ontem." - disse BlackGuilmon. "Esse desgraçado tem que morrer."

"O que vão fazer?" - perguntou Rabbitmon, com um pouco de medo do jeito que os três digimons o encaravam. Ele começou a inconscientemente dar passos para trás.

"Rajada Glacial!!" - exclamou Lopmon, lançando sua pequena rajada de ar congelante.

"Impacto Elétrico!!" - exclamou Kokuwamon, criando uma descarga elétrica em sua cabeça.

"Bafo Viral!!" - exclamou BlackGuilmon, lançando sua esfera de fogo, que parecia estar um pouco maior do que de costume.

Os três ataques fundiram-se, criando uma bola de fogo envolvida por ventos congelantes e uma forte corrente elétrica. Rabbitmon tentou correr, mas levou nas costas o total impacto do ataque conjunto dos três digimons. O digimon coelho emitiu um grito de dor e, finalmente, explodiu em pequenas partículas de dados.

BlackGuilmon, Kokuwamon e Lopmon ficaram parados por algum tempo, nenhum deles falava nada, até porque não tinham o que dizer depois que mais um companheiro e amigo tinha perdido a vida.

"O que vamos fazer agora?" - perguntou Lopmon, quebrando o silêncio.

BlackGuilmon respirou fundo. "Por hora, vamos voltar à caverna. Não estou em condições de tomar mais nenhuma decisão hoje."

Lopmon e Kokuwamon apenas assentiram e seguiram seu amigo de volta até a caverna que era o atual abrigo deles.

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Nenhum dos três digimons tinha condições de ficar de sentinela durante à noite, então BlackGuilmon, Kokuwamon e Lopmon dormiam profundamente na caverna. Já tinha amanhecido na Ilha Boot, a manhã estava tranquila até que...

"Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!"

"O que diabos foi isso?!" - berrou BlackGuilmon, ao acordar com o grito vindo de algum lugar fora da caverna.

A fic vai ser bem legal. Ainda não li o episódio, só o prólogo(Preguiça...).

Bom, pelo que vejo ficará demais Very Happy

Já tinha lido este mesmo capitulo no outro forum porem gostei do mesmo jeito da maneira como você soube imprimir emoção na historia ao retratar os Digimon da resistência da Ilha Boot e o modo que perderam suas infancias praticamente sendo embrutecidos pela guerra ao ponto de nem se chocarem mais com as mortes de companheiros e pelo destino que deu ao pobre Betamon.Realmente quem lia desde o começo já adivinhava o destino do Digimon aquatico.Estou muito curioso para ver qual será o destino que você dará desta vez a certos personagens como Guilmon,BlackGuilmon,Coronamon,Elecmon,Veemon,Bearmon,ShadowWereGarurumon,Garurumon,Wizardmon etc a proposito espero poder ajudar com novas sugestões.Enfim é otimo ver a fanfic recomeçar espero poder ve-la completa desta vez.Aguardo ansioso o próximo capitulo.

Valeu pelos comentários, Luke e Alexis. Very Happy

Bom saber que consegui transmitir bem a gravidade da situação que os digimons da Ilha Boot estavam passando, essa foi uma das minhas maiores preocupações enquanto escrevia o capítulo. Sobre os outros personagens, alguns deles serão maiores nessa versão da fic do que na primeira, enquanto outros serão menores. Logo postarei o terceiro episódio por aqui. Smile

O capítulo foi muito bom. A história continua cativante, com destaque no grupo de Digimons da Ilha Boot. Coitado de Betamon, foi tão cedo =[. Mas a batalha foi Mara! Chapa, você é forte na ação (e ainda diz que é fraco.. tsc tsc), e mostrou isso bem nesse capítulo. Adivinho que esse grito deve ser de uns dos humanos. Acertei?

A organização e a descrição estão boas, mas descreva um pouco mais os lugares. Sua ortografia é ótima, não vi falta de acentos nem erros ortográficos. Bom, espero que o grupo de Digimons e os humanos se deem bem nesse Mundo Digital. Abraços \o\

Valeu pelo comentário, Leonardo. Very Happy

Que bom que está gostando da história; quanto às batalhas, sou fraco mesmo para escrevê-las, somente às vezes é que consigo acertar devido às circunstâncias da batalha em questão. Para saber de quem é o grito, é só esperar o próximo capítulo. Smile

Sobre descrições e afins, não mudará nada porque esse é o meu estilo de escrita (não queremos aqui um exército de soldadinhos em que todos escrevam da mesma maneira, certo?).

Que capítulo massa, muito bom este último onde você interpretou corretamente o desespero da guerra.
Gostei bastante dos personagens BlackGuilmon, Lopmon, Kokuwamon, e até do Betamon, que já imaginava que seria o próximo a morrer. Afinal em guerra é assim mesmo, os que derem mais mole e se mostrarem fracos, são sempre os próximos alvos.

A batalha foi um tanto rápida apesar de ser muito boa. Achei que você passou a batalha mais ou menos como no anime, porém esperava que o Rabbitmon demorasse mais um pouquinho para morrer. O mesmo digo do Betamon que se foi com um ataque. Estratégia eu também não vi a não ser o pequeno plano do Rabbitmon de atacar o Betamon, porém realmente nesse caso pesava mais a brutalidade do que a estratégia. Mas aguardo por idéias do líder BlackGuilmon.

A ortografia está ótima também, e a organização de uma maneira bem simples mas que mesmo sendo simples consiga mostrar tudo o que esteja tentando passar, e isso é uma marca sua nas fanfics e que as torna mais fácil de ler e de nos prender nas história. Porém espero por mais destaques nas partes das emoções e dramas que virão a seguir, principalmente dos escolhidos.

Vou aguardar ansioso pelo próximo capítulo, pois a história está ótima!

Valeu pelo comentário, Jean. Very Happy

Quando eu estava escrevendo o capítulo, minha intenção inicial era chocar com a morte do Betamon, mas depois percebi que seria mais interessante fazer desta forma, que a morte dele fosse se desenhando até que acontecesse realmente. A batalha foi rápida por Rabbitmon ser, em minha visão, um dos Armaduras mais fracos, e facilmente derrotável por uma união entre BlackGuilmon e sua turma. O próximo capítulo está chegando nesse exato momento.

Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Primeira Temporada: As Armaduras da Discórdia
Episódio 3 - A Aliança Entre Humanos e Digimons

"Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!"

"Ryu, calma, não é pra tanto." - disse Sho, tentando acalmar Ryu, que tinha se desesperado quando o grupo tinha finalmente chegado ao mundo digital que Patamon tinha falado.

"Não é pra tanto porque não é com você!" - gritou Ryu. "Quando eu penso o que pode acontecer com meu computador sozinho naquela cabine do trem eu..."

"Basta, Ryu!" - exclamou Sho.

"Sho tem razão, Ryu." - disse Claire. "Acho que a primeira coisa a fazer é descobrirmos o porquê de Duke, Kimie e Patamon não estarem junto com a gente. Ah, e também o fato de estarmos vestindo essas roupas, sem esquecer desses aparelhinhos estranhos."

Os três tinham misteriosamente mudado de roupa quando chegaram ao mundo digital. Claire usava uma camiseta preta com uma jaqueta cor-de-rosa por cima e calças jeans; Sho vestia uma camiseta cor-de-laranja de mangas curtas e calças pretas; e Ryu usava uma camiseta cinza de mangas compridas e calças jeans. Mas o que mais chamava a atenção eram os pequenos aparelhinhos que estavam presos na cintura de suas calças. Era um aparelho branco, com uma tela no meio, e três botões azuis, um do lado esquerdo e dois do lado direito.

"Eu disse que aquele bicho estava tirando uma com a nossa cara." - disse Sho. "Primeiro ele nos pede ajuda sem nem nos dizer para quê. Depois nos traz até este mundo e não tem ninguém para nos dizer o que fazer. E finalmente, é claro, Duke e Kimie somem do nada."

"Não vai nos trazer nenhum benefício ficar aqui discutindo e dando chiliques." - disse Claire.

"Eu quero voltar, não vou conseguir fazer nada sem o meu notebook." - disse Ryu.

"Mas Patamon não está aqui e, como o Sho disse, não tem ninguém para nos indicar uma direção." - disse Claire.

"E esses negócios aqui são muito estranhos, nunca vi nada igual." - disse Ryu, referindo-se aos aparelhos que cada um dos três tinha.

O trio estava numa floresta do mundo digital, com árvores de tamanho médio e o chão estava começando a ficar coberto por folhas secas. A alguns metros de distância dos três humanos estava escondido atrás de uma árvore um digimon que parecia um esquilo vermelho com uma cauda que dividia-se em várias direções, tinha algumas listras e detalhes azuis espalhados pelo corpo e olhos também azuis. Ele estava com muito medo daquelas três criaturas estranhas que tinham aparecido do nada, nunca tinha visto nada parecido antes.

Elecmon podia ser considerado um digimon medroso, sempre que um perigo se aproximava, ele fugia. Tinha fugido no dia anterior quando estava com seus amigos BlackGuilmon, Kokuwamon e Muchomon e tinham sido atacados por Rinkmon, um dos soldados do 'Exército Armadura'. Elecmon tinha ficado com tanto medo que deixou seus amigos na mão e fugiu. Sentia-se mal por isso, mas era algo que não podia evitar, sempre acabava ficando com medo. Enquanto Elecmon estava ocupado observando os três humanos, nem notou quando seus amigos apareceram por trás dele.

"Então foi aqui que se escondeu, Elecmon?" - questionou BlackGuilmon, divertindo-se com a reação assustada do amigo quando o viu.

"Droga, Black. Não me assuste assim." - disse Elecmon, aliviado por não ser ninguém do 'Exército Armadura'.

"Foi seu o grito que ouvimos agora pouco?" - perguntou Lopmon.

"Não, não foi meu. Foi de uma daquelas criaturas estranhas ali." - respondeu Elecmon, apontando para o grupo dos três humanos, alguns metros à frente deles.

"Nunca vi digimons iguais àqueles antes." - observou Kokuwamon.

"Podem não ser digimons." - disse BlackGuilmon. "Me lembro uma vez do Wizardmon me contar sobre um povo que vive lá no Continente Folder que sempre ajudava os digimons nos tempos difíceis."

"Acha que eles são parte desse povo?" - perguntou Lopmon.

"É possível, mas acho que vamos ter que perguntar para eles." - disse BlackGuilmon.

"Boa sorte, depois vocês me contam o que aconteceu." - disse Elecmon, tentando se afastar do local.

"Nada disso, você também vem com a gente." - disse Lopmon, segurando o amigo.

Os quatro digimons então, começaram a a caminhar em direção aos três humanos, que ainda estavam discutindo. BlackGuilmon vinha na frente, caminhando com um pouco de cautela.

"Quem são vocês?" - perguntou o digimon lagarto, chamando a atenção de Sho, Ryu e Claire.

"Que legal, esse aí é bem mais maneiro do que o Patamon." - disse Sho.

"Eu fiz uma pergunta." - repetiu BlackGuilmon.

Ryu deu um passo à frente. "Eles são Sho e Claire, eu sou Ryu. Nós viemos do planeta Terra quando um de vocês apareceu no nosso mundo procurando ajuda."

"Planeta Terra? Nunca ouvi falar." - disse BlackGuilmon. "Tinha pensado que a origem de vocês fosse outra, mas se estão aqui para ajudar, já sabem o que fazer?"

"Não temos a mínima idéia, o Patamon que apareceu para nós não nos deu detalhe algum." - explicou Claire.

"E havia mais dois iguais a nós, desde que chegamos aqui nós não os vimos." - disse Sho.

"Essa é uma situação muito estranha, acho que o melhor a fazer é levar vocês até o Wizardmon. Acho que só ele vai saber algo a respeito." - disse BlackGuilmon.

"Vocês podem nos explicar o que está acontecendo por aqui?" - perguntou Ryu.

"Sim, mas é melhor voltarmos à caverna. Pode haver algum ataque." - disse BlackGuilmon.

"Ataque?" - questionou Claire.

"Sim, está havendo uma espécie de guerra por aqui." - respondeu Lopmon.

"Aonde viemos nos meter? Você me paga quando eu te encontrar Duke." - murmurou Sho.

Com isso, o grupo composto por BlackGuilmon, Lopmon, Kokuwamon, Elecmon, Claire, Ryu e Sho caminhou até a caverna que servia de abrigo aos quatro digimons. Os digimons caminhavam sempre alertas, olhando para os lados para tentar encontrar qualquer sinal de ataque do 'Exército Armadura'. Após alguns minutos, finalmente chegaram à caverna. Todos entraram e Lopmon reacendeu a fogueira, pois a luz do sol não chegava dentro da caverna.

"Podem sentar aí em qualquer lugar." - disse Kokuwamon.

Quando todos estavam sentados formando um círculo em volta da fogueira, BlackGuilmon olhou para cada um dos três humanos antes de começar a falar.

"Bem, como eu disse antes, a história que me contaram é um pouco estranha e acho que somente Wizardmon terá explicações melhores, mas vamos fazer o seguinte, vocês nos contam o que sabem e nós contamos o que sabemos. Tudo bem para vocês?" - perguntou o digimon lagarto.

"Por mim tudo bem." - respondeu Sho. "Ryu, conte o que aconteceu."

"Bem, ontem um digimon como vocês chamado Patamon apareceu no nosso mundo e pediu ajuda a nós. Nós não sabíamos o que era exatamente essa ajuda, então aceitamos e acabamos vindo parar aqui." - explicou Ryu.

"Você disseram que esse Patamon desapareceu junto com dois de seus amigos?" - perguntou Kokuwamon.

"Exatamente." - respondeu Claire.

"Bem, chegou a hora de contarmos o nosso lado. Como Lopmon já disse, está acontecendo uma guerra por aqui. Um grupo de digimons que se chamam de 'Exército Armadura' apareceu do nada a alguns meses atrás e estão atacando digimons sem motivo algum. Eles também capturam alguns digimons para trabalhar para eles, nesse caso eles tem preferência por digimons como Veemon, Plotmon, Patamon, Armadillomon, Hawkmon e Wormmon." - explicou BlackGuilmon.

"Será que Patamon foi capturado por eles?" - perguntou Claire.

"É uma possibilidade." - respondeu Lopmon.

"Um Veemon amigo nosso também desapareceu. Achamos que ele foi capturado também." - disse Kokuwamon.

"E isso de 'Exército Armadura'?" - disse Sho. "Parece um nome bem infantil para se dar a um exército."

"Ninguém sabe a origem deles, somente sabemos que eles apareceram e começaram a atacar." - disse BlackGuilmon. "Por isso queremos chegar até Wizardmon, ele pode ter respostas para nossas perguntas."

"Aquele tal de Wizardmon me dá medo." - comentou Elecmon.

"E o que não te dá medo, Elecmon?" - questionou Lopmon.

"O Patamon que vocês encontraram por acaso disse quem o enviou para pedir ajuda no mundo de vocês?" - perguntou BlackGuilmon.

"Ele disse algo sobre quatro digimons guardiões ou algo parecido." - respondeu Sho.

"Isso mesmo, quatro digimons guardiões ele disse." - disse Ryu.

Os olhos de BlackGuilmon, Lopmon, Kokuwamon e Elecmon quase saltaram para fora ao ouvirem isso.

"Ninguém acredita mais nisso de digimons guardiões hoje em dia, esse Patamon deve ter inventado essa história para convencer vocês mais facilmente." - disse BlackGuilmon.

"Ele parecia bem sério quando falou sobre esses digimons." - disse Claire.

"Ainda assim, esses digimons são só uma lenda." - disse BlackGuilmon.

"Se você diz, vocês é que são digimons, devem saber o que é lenda e o que não é." - disse Ryu.

"O que me intriga é o porquê de buscar ajuda no mundo de vocês." - disse Kokuwamon. "Sem querer ofender, vocês não me parecem ser capazes de lutar contra um digimon."

"Talvez Patamon soubesse de algo que ele não quis nos contar." - disse Ryu.

"O que me lembra, vocês não tem idéia do que sejam esses aparelhinhos?" - perguntou Claire, mostrando o dela.

"Não faço a mínima idéia." - respondeu BlackGuilmon. "Já viu isso em algum lugar, Kokuwamon?"

"Não, também não vi." - respondeu o digimon máquina.

"Põe na lista de coisas a perguntar ao Wizardmon." - disse BlackGuilmon.

"Black, acho que a urgência em encontrar o Wizardmon só aumentou agora. Acho que vamos ter que partir imediatamente." - disse Lopmon.

"Concordo com você, Lopmon." - disse BlackGuilmon. "Partiremos em uma hora."

Depois do anúncio de BlackGuilmon, os vários ocupantes da caverna se espalharam em pequenos grupos dentro da própria caverna.

"Elecmon, quero te perguntar uma coisa e quero que me dê uma resposta sincera." - disse BlackGuilmon, com uma voz séria. "Você pretende nos acompanhar até a casa de Wizardmon?"

"Acho que sim, Black. Não ia conseguir ficar sozinho." - respondeu Elecmon.

"Muito bem, preciso que você me prometa que não vai mais fugir se encontrarmos inimigos pelo caminho." - pediu BlackGuilmon.

O pedido de BlackGuilmon pegou Elecmon de surpresa, ele não sabia se ia conseguir cumprir a promessa que seu amigo tinha lhe pedido, mas Elecmon iria tentar o seu melhor.

"Vou fazer o melhor que puder, BlackGuilmon." - respondeu Elecmon.

"É o bastante para mim." - respondeu o digimon lagarto.

Em outro canto do local, conversavam Claire e a digimon conhecida como Lopmon.

"Como são os amigos de vocês que sumiram?" - perguntou a digimon.

"Bem, eles são humanos como a gente, se chamam Duke e Kimie." - respondeu a garota.

"Sei como vocês se sentem, nós também perdemos vários amigos desde que o 'Exército Armadura' apareceu. Alguns só desapareceram como seus amigos, mas outros foram mortos bem na nossa frente." - disse Lopmon, com tristeza.

"Não consigo nem imaginar como eu me sentiria se acontecesse algo com algum dos meus amigos." - disse Claire.

"Não se preocupe, vamos encontrá-los." - disse Lopmon, tentando animar Claire. "Assim como encontraremos Veemon e Guilmon."

Quando BlackGuilmon se afastou de Elecmon para conversar algo com Ryu e Kokuwamon, Sho se aproximou do digimon.

"Seu nome é Elecmon, não é?" - perguntou o garoto.

"É, é sim." - respondeu o digimon, com um pouco de receio pela presença de Sho.

"Eu notei que você tem um problema de medo." - disse Sho. "Acertei, não?"

"É, você acertou." - respondeu Elecmon.

"A muito tempo atrás, quando eu era bem pequeno, eu também costumava ser bem medroso, mas meu amigo Duke me ajudou a superar isso. Elecmon, não sei quanto tempo vamos ficar junto com seu grupo mas, enquanto nos estivermos, vou fazer o possível para te ajudar a superar seu problema, assim como Duke me ajudou um dia." - disse Sho, se afastando, para conversar com Claire e Lopmon, deixando Elecmon boquiaberto.

'Talvez esses humanos não sejam tão ruins de se ter por perto, afinal.' - pensou Elecmon.

Uma hora depois, todos foram para a entrada da caverna e olharam para o caminho na frente deles.

"Bem, enquanto estivermos nesta floresta, o caminho é basicamente único e vai ser fácil de nos escondermos por causa das árvores, mas quando sairmos e chegarmos às planícies vai ser bem difícil evitar os inimigos. Estejam preparados para tudo, pessoal." - explicou BlackGuilmon.

"Quanto tempo vai levar para chegarmos à casa do seu amigo, BlackGuilmon?" - perguntou Ryu.

"Vai levar alguns dias, não vou prever quantos porque vai depender muito de quanta sorte teremos também." - respondeu o digimon lagarto.

"Bom, o que estamos esperando? Vamos de uma vez." - disse Sho.

E então, um estranho grupo formado pela aliança entre quatro digimons e três humanos parte em busca da casa do digimon Wizardmon que, segundo BlackGuilmon, teria todas as respostas que o grupo buscava. Se conseguiriam chegar lá intactos, essa é uma questão que permaneceria pelo resto da viagem.

Gostei do capitulo pois já me lembrava de o ter lido no outro forum!Gostei de rever o pequeno grupo de Digimon formado por Elecmon,BlackGuilmon,Lopmon e Kokuwamon!Espero sinceramente que o destino de BlackGuilmon seja outro nesta fanfic e se alguém tiver que morrer que seja o Elecmon de preferencia demonstrando sua coragem pela primeira vez e quem sabe até sobrevivendo além disso para se Digivolver em:Leomon>>Panjyamon>>SaberLeomon e mostrar seu valor.Também daria tudo para ver BlackGuilmon Digivolver em:BlackGrowlmon>>BlackWarGrowlmon>>ChaosDukemon pois ai teriamos o misterio de "de onde" podereia ter surgido o "Royal Knight Negro" já que os 4 Guardiões só criaram Dukemon então COMO ele poderia ter um "irmão gêmeo" mas só saberemos se ele vai sobreviver ou não mais para frente.Loupmon eu praticamente já sei para qual Digimon ela irá Digivolver mas Kokuwamon é um misterio...gostaria muito que fosse no final para MetalLifeKuwagamon ou TigerVespamon mas só saberemos lendo!Enfim o grupo esta no caminho vamos torcer para que o destino deles seja bom!Enfim otimo capitulo Gunner sucesso com a fic! Smile

Well, li ontem, mas vou comentar agora =D Capítulo foi muito legal, mostrou direitinho os humanos chegando no Mundo Digital, e as explicações foram boas também, como a guerra que estava acontecendo, sobre o 'Éxército Armadura', etc. O personagem mais cativante que eu achei foi Sho, ele é muito legal e atrapalhado, veja só uma pérola 8D:

Citação :: "Que legal, esse aí é bem mais maneiro do que o Patamon." - disse Sho.

Ai se Patamon ouvisse isso xD

Bom, Elecmon é um total cagão =D Foge de todas, toamre que Sho tente superar este medo juntamente com ele. A sua organização está muito boa, e a descrição também, bem simpleszinha, mais está muito boa, parabéns. Erros ortográficos, falta de acentos e coisas do tipo não vi, sua ortografia é ótima. Bom, espero o próximo capítulo =D

Valeu pelos comentários, Alexis e Leonardo. Very Happy

Sugestões do Alexis foram muito boas, estão anotadas para que talvez entrem na fic mais tarde. Sobre Sho, o que posso dizer de antemão é que ele se tornará uma espécie de líder dos humanos enquanto Duke estiver ausente, já sobre Elecmon faço segredo total por enquanto. No próximo episódio, teremos aquele capítulo que eu adoro, que sempre espanta os que lêem a fanfic pela primeira vez. Smile

Ah sei, aquele capítulo que

Spoiler:

Certo? /o/

Errado, Leo. Very Happy

Para aqueles que quiserem saber, esperem alguns dias que o episódio 4 já está chegando. Smile

Eu estava pensando na seguinte idéia no caso de Impmon o futuro parceiro de Duke,Gunner...seu Champion ainda seria Devimon mas na Fase Ultimate ele poderia Superdigivolver para Duskmon e nesse caso ele poderia ter a faceta das Trevas Corruptas e a faceta das Trevas Heroicas e poderia no desenrolar da fanfic também Superdigivolver para Löewemon.Já Velgremon e KaiserLeomon eu não sei talvez os dois pudessem ser uma especie de "Super-Ultimates" das Trevas Corruptas e das Trevas Heroicas . No caso seu Mega ainda seria o de Beelzebumon e Beelzebumon Blast Mode.Sobre Sho eu penso que ficaria legal ele ter um Digimon medroso como Elecmon como parceiro que poderia Digivolver para um Digimon "não tão medroso" como Leomon>>Panjyamon>>SaberLeomon(ou de repente não...já imaginaram um Leomon "timido e covarde" que sempre manera na força dos golpes por medo de ser "bruto demais" ou um SaberLeomon com aquele tamanhão todo se pelando de medo da Lopmon?).Enfim são idéias apenas Gunner eu só quero ajudar com elas e você não tem que seguir nada do que eu disse se não quiser...

Bem, Alexis, Impmon era o parceiro de Duke na outra versão, nessa eu não posso garantir que seja novamente; nessa versão eu planejo abordar aquela ideia do Impmon de uma outra forma. Sobre Sho, você pode estar certo, o que estou planejando é mais ou menos isso. Sua ideias são sempre bem-vindas, como as de todos os outros leitores que quiserem sugerir algo. Smile

Última edição por Gunner em Dom Jun 21, 2009 5:18 am, editado 1 vez(es)

Sem mais espera, o episódio. Smile

Digimon: Os Cavaleiros Digitais

Primeira Temporada: As Armaduras da Discórdia
Episódio 4 - A Batalha no Mundo das Trevas

Um par de olhos verdes se abre, eles pertencem a uma garota de dezesseis anos, cabelos loiros, que estava vestindo uma camiseta preta de mangas compridas com uma jaqueta verde escura por cima e calças jeans. Ela olha ao seu redor e vê que estava deitada numa cama em uma pequena cabana de madeira de um cômodo só. Até aí tudo bem, se não fosse o simples fato que tudo ao redor parecia tão sem vida e sem cor. E é claro, a estranha criatura que estava num canto da cabana, era uma espécie de esquilo pequeno branco, com cabeça de raposa e olhos amarelos; sem mencionar o estranho aparelho branco que estava preso à sua cintura.

"Que bom que você acordou!" - disse a criatura, com uma expressão aliviada em seu rosto.

"Legal, mais um deles." - murmurou a garota. "O que aconteceu com meus amigos?"

"Amigos? Eu só vi você." - respondeu o digimon.

"E o Patamon que estava com a gente?" - perguntou a garota.

"Também não vi." - respondeu o digimon. "Antes que eu me esqueça, meu nome é Kudamon."

"Adorável." - comentou a garota, sarcasticamente. "Meu nome é Kimie."

"Presumo que você tenha vindo do mundo humano ou do Continente Folder. Qual dos dois?" - perguntou Kudamon.

"Vim da Terra, ou mundo humano como você diz, junto com mais quatro amigos meus depois que um digimon chamado Patamon apareceu nos pedindo ajuda." - respondeu Kimie.

"Bem, eu já disse que não vi nenhum deles." - afirmou Kudamon.

Kimie levantou-se da cama e olhou em volta, tudo muito cinza e escuro, muito estranho mesmo.

"Então este é o tal mundo digital?" - perguntou Kimie.

"Bem, sim e não. Este lugar faz parte do digimundo, mas provavelmente não fica nele." - respondeu Kudamon.

"Dê uma resposta direta, se não é o mundo digital então o que é este lugar?" - questionou Kimie, ficando impaciente.

"Eu não tenho um nome para ele. A alguns meses atrás, seis para ser mais exato, alguns amigos e eu estávamos fazendo algumas experiências e algo deve ter saído fora de controle, porque a primeira coisa que vi quando acordei foi este lugar e esta cabana." - explicou Kudamon.

"Qual era a experiência que estavam fazendo?" - perguntou Kimie.

"Teletransporte por grandes distâncias." - respondeu Kudamon.

"Que tipo de idiota faria isso?" - questionou Kimie, com a suposta estupidez do digimon.

"Ei, tudo o que fazíamos seria pelo bem do mundo digital." - indignou-se Kudamon.

"Sei." - divertiu-se Kimie. "Mas, você acha que meus amigos podem ter caído perto daqui?"

"Não sei, eles podem ter caído no mundo digital normal. Mas podemos ir procurá-los se você quiser, temos todo o tempo do mundo." - disse Kudamon.

"Ok, vamos então." - disse Kimie, dirigindo-se até a porta entreaberta da cabana. "Quanto mais cedo os encontrarmos, melhor."

Então, eles saíram da cabana e uma sensação de tristeza surgiu em Kimie só de ver o local, tudo sem cor, as árvores, o céu, a grama no chão; tudo como se estivessem em um filme em preto-e-branco. "Por aqui." - disse Kudamon. Ele guiou Kimie por um caminho que ele mesmo tinha aberto no meio da mata e depois de alguns minutos, os dois apareceram no que parecia uma estrada de terra no meio da floresta. Essa estrada virava tanto para a esquerda, quanto para a direita. Claro que a estrada, como tudo naquele lugar, parecia ser feita com uma terra cinza.

"Ótimo, dois lados." - disse Kimie, irritando-se com aquele lugar. "Qual lado devemos seguir?"

"Vamos para a direita, o outro lado é muito perigoso." - respondeu Kudamon, depressa.

"O que tem do lado esquerdo?" - perguntou Kimie.

"Lá é onde fica a praia. Veja bem, todos os digimons que vêm parar neste lugar acabam ficando meio loucos. Só que lá na praia é pior, o próprio ambiente parece sugar sua vida, nas duas vezes que fui lá, eu tive vontade de morrer. Não quero pisar lá nunca mais." - explicou o pequeno digimon.

"Certo, vamos para a direita então." - disse Kimie, impressionada com a explicação de Kudamon.

Dito isto, os dois começaram a andar pela estrada. Depois de duas horas caminhando, Kimie começou a estranhar o fato de que a estrada era sempre reta. Eles pareciam não estar chegando a lugar algum e isso estava levando Kimie a altos níveis de irritação, o que normalmente, não era bom. Para piorar, Kudamon parecia estar ficando cansado.

"Kimie, podemos parar um pouco? Estou cansado." - pediu Kudamon.

Kimie pensou, queria encontrar seus amigos logo, mas se não parassem, teria que carregar Kudamon e isso não era algo que queria fazer no momento.

"Ok, vamos parar por alguns minutos." - respondeu a garota.

Então, os dois sentaram-se na beira da estrada de terra. "Onde vai dar esta estrada, Kudamon?" - perguntou Kimie.

"Não sei, nunca fui até o fim. Na verdade, aqui é o mais longe que já fui." - respondeu Kudamon. Kimie fez uma cara de 'estou cercada de idiotas'.

O tempo passou e os dois acabaram dormindo. O cansaço de ter andado duas horas sem parar acabou pesando. Kudamon acabou não notando as folhas da mata no outro lado da estrada se mexerem, mas Kimie notou e continuou fingindo que estava dormindo. Da floresta saiu uma criatura que parecia um lagarto cinza com um cobertor preto com listras brancas na cabeça, olhos cor-de-laranja e um chifre preto completavam a aparência do digimon. O fato de tudo naquele local ser sem vida nem cor também contribuía para o visual ameaçador da criatura.

O digimon viu que Kimie e Kudamon estavam dormindo e resolveu atacar, fazia tempo que não absorvia dados de um digimon. Quando ele estava chegando perto dos dois, Kimie abriu os olhos, pegou Kudamon nos braços e correu a alguns metros de distância do digimon.

"Quem é o lobinho, Kudamon?" - perguntou Kimie, com uma expressão séria em seu rosto.

"O nome dele é BlackGabumon. Ele quer absorver meus dados. Aparentemente, todos os digimons daqui pensam que, se absorverem dados suficientes, serão capazes de voltar ao mundo digital." - explicou Kudamon, depois que Kimie o colocou no chão.

"E não sou nenhum lobinho, mais respeito com um membro da grande 'Irmandade dos Lobos'!" - gritou BlackGabumon.

"Que porcaria é essa de 'Irmandade dos Lobos', Kudamon?" - perguntou Kimie.

"Não faço a menor idéia." - respondeu o digimon.

"Como não sabe?! A 'Irmandade dos Lobos' é o grupo de digimons mais forte que já apareceu no mundo digital, seus fracotes!" - gritou BlackGabumon, estava irritado com Kimie e Kudamon por não conhecerem o seu grupo e ainda o chamarem de lobinho. "Rajada Negra!!"

A rajada de chamas negras saída da boca de BlackGabumon teria atingido Kudamon se o digimon não tivesse dado um pequeno salto para o lado. Parecia que, apesar do formato de seu corpo, o pequeno Kudamon podia ser bem ágil quando quisesse.

"Que doido, esses bichos podem soltar ataques." - comentou Kimie.

"Espere até ver o meu." - disse Kudamon, suspendendo-se no ar e começando a girar em torno de si mesmo. "Bullet Whirlwind!!"

Kudamon lançou-se como um projétil contra seu oponente e atingiu BlackGabumon na altura do estômago, arrastando o digimon lobo-réptil para trás. "Ora, seu verme!" - exclamou BlackGabumon, tentando atingir Kudamon com um soco, mas o pequeno digimon desviou-se.

'Parece que Kudamon não é tão inútil, afinal.' - pensou Kimie.

"Rajada Negra!!" - exclamou BlackGabumon, atacando novamente.

Desta vez, Kudamon não pôde desviar uma segunda vez e sofreu o impacto do ataque, mas não sentiu nada além de uma dor superficial.

"O quê?! Não morreu?" - espantou-se BlackGabumon.

"Um ataque fraco como esse nunca poderia me derrotar, seu imbecil." - disse Kudamon, com uma expressão séria nos olhos. Kimie sorriu levemente ao ver Kudamon falar daquele jeito. Parece que, quando queria, Kudamon conseguia ser bem parecido com ela.

"Vou te mostrar o que é um ataque." - disse Kudamon, produzindo uma pequena esfera de eletricidade na frente do rosto. "Extreme Light Shock!!"

Da esfera saiu um raio elétrico que atingiu BlackGabumon no mesmo local do primeiro ataque. O digimon lobo contorceu-se de dor por causa do ataque e da descarga elétrica e, após alguns segundos, explodiu em pequenas partículas de dados. Kudamon estava ofegante, podia não parecer, mas tinha ficado muito cansado depois da caminhada e da luta.

"O que aconteceu com ele?" - perguntou Kimie, estranhando o fato do digimon aparentemente ter virado pó.

"Ele morreu, os digimons explodem em dados quando morrem." - explicou Kudamon.

"Ok, então o que fazemos agora?" - questionou Kimie.

Assim que Kimie fez a pergunta, uma gentil voz masculina ecoou no ar.

"Kudamon..."

"Kudamon..."

"Kudamon..."

"O que essa voz quer com você, Kudamon?" - perguntou Kimie.

"É o meu chefe." - respondeu Kudamon, com muito entusiasmo.

Logo depois, uma brilhante luz branca envolveu Kimie e Kudamon e eles começaram a levitar lentamente.

"Lá vamos nós de novo." - disse Kimie, com uma voz entediada.

E assim, um brilho mais forte aconteceu e, quando a luz desapareceu totalmente, Kimie e Kudamon tinham desaparecido.

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Um par de olhos amarelos se abre, eles pertencem a Kudamon. O pequeno digimon olhou em volta e tentou entender onde estava. Estava numa floresta, com árvores de tamanho médio e o chão estava começando a ficar coberto por folhas secas. Tinha voltado ao mundo digital, mas algo estava faltando.

"Kimie, onde você está?!" - gritou Kudamon, ao ver que a garota humana não estava perto dele.

"Kimie!" - chamou ele novamente.

"Kimie!!"

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Enquanto isso, Kimie acordava num luxuoso quarto num lugar desconhecido. O cômodo tinha paredes, piso e teto de pedra, uma porta de madeira, uma grande janela com vista para o oceano, um grande tapete peludo branco que cobria o piso quase do quarto todo, uma espaçosa cama, um guarda roupa e um sofá vermelho.

"De novo não, onde eu estou?" - perguntou Kimie, sem nem olhar para os lados.

"Olá, Kimie." - disse uma voz, que parecia conter o riso.

Kimie imediatamente virou sua atenção para o ser que estava sentado no sofá.

"Não acredito." - disse ela.