kalilmorais
Novato
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Data de inscrição : 01/11/2010
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Assunto: Primeiro Capitulo do meu livro Seg Nov 01, 2010 4:41 pm |
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Ola amigos, bem, essa semana eu iniciei um projeto pessoal, comecei a escrever um livro de aventura, sou um leitor assíduo das mais diversas obras, e resolvi tentar construir a minha própria, posto aqui o primeiro capitulo deste projeto, o livro ainda não tem nome oficial e estou aceitando sugestões de todos os tipos, desde ajuda para nome, como criticas aos nomes dos personagens e etc. fiquem livres para criticar, este é o objetivo e me fará muito feliz.
- Spoiler:
Capitulo 1 – O Guerreiro Dragão
Diante das luzes espalhadas por toda a cidade e da beleza que se vê pelas ruas, todas extremamente enfeitadas, jamais alguém acreditaria que essa cidade era aquela mesma daquele dia fatídico em que o mago negro caiu, logo ali, próximo desse local, naquela irreconhecível Tarogh, agora cheia de vida e de cor, naquele dia era negra e vermelha do sangue dos inocentes mortos. Alias só não acreditaria quem teve a sorte de não vê-la, naqueles dias, quando ainda abrigava o trono daquele que se foi, e que se o mundo permitir jamais tornara a andar entre os vivos. A imagem tão dissonante do hoje, com o passado, cinco anos atrás somente, longe de entristecer Thúdor, o deixava muito feliz, gostava de vê-la, vê que o mundo havia se reerguido, que a vida novamente aflorou mesmo depois de tudo que aconteceu. Reforçava sempre em sua mente a idéia da impermanência das coisas, que mesmo a pior das situações porventura sempre a de mudar, e o ciclo continuara sem fim, mesmo quando ele próprio não for mais do que um lembrança em um tempo já a muito esquecido, isso lhe dava forças para lutar e crescer sempre mesmo quan.... Thúdor for despertado de seu devaneio pelos gritos enfurecidos da bela Miranda, garçonete da taberna em que o mesmo trabalha a mais famosa de toda a região, o ninho da coruja. Thúdoooooorrrrr , de novo olhando para o nada? Até parece que não tens trabalho pra fazer! Sabes bem que depois da festa de hoje a noite a taberna vai encher até não caber mais ninguém, e que tu deves pintar toda a frente e depois limpar toda a área!! Se o “Pai” te pega vagabundiando ele te mata! – Gritou Miranda enquanto puxava Thúdor pelas orelhas Visto desse ângulo, e pela aparência jovial de Thúdor, poderia pensar-se tratar de um jovem casal de namorados, Mirando com não mais que seus 20 anos, e Thúdor aparentando talvez até menos idade que ela, no entanto a idade de Thúdor era desconhecida de todos ali, Mirando bem sabia que ele era de certo mais velho que ela, pois quando o mesmo veio morar e trabalhar na taverna quando ela ainda era apenas menina, com 15 anos, ele já aparentava ser exatamente como hoje é, estranhamente, do ponto de vista dela, jamais envelhecera um dia sequer. Larga-me , largaaaa – Disse Thúdor , com misto de riso e seriedade Já vou Miranda, sei o que tenho de fazer ta! – colocou ele, se desprendendo do puxão da moça Sabes é? Sabes mas não faz não é? Pelo menos não antes de eu te ameaçar, toda vez, o que te é tão interessante no meio da rua, rua é rua, não te entendo , passa horas olhando para rua como se fosse algo interessante, cuida e vai trabalhar – Bradou Miranda Já vou , já vou – Colocou Thúdor já saindo em direção ao deposito para pegar as ferramentas de pintura A taverna “o ninho da coruja” era muitíssimo freqüentada, todo tempo um entra e sai de pessoas, sejam as da cidade, ou os viajantes, ela tinha desde clientes fiéis até jovens curiosos que agora saindo das fraldas procuravam ver as belas mulheres que lá trabalhavam. Embora todas as atendentes do lugar fossem mulheres, todas muito belas, poucos eram os que atentavam contra elas, sejam em palavras ou com gestos, isso porque todos conheciam o dono do lugar, o homem conhecido com o “Pai”. O “Pai” devia ter, se pouco, dois metros e meio de altura, e o que tinha de alto, tinha também de forte, lembrava mais um grande urso, e metia muito medo e respeito nos freqüentadores do local, mas embora ele realmente jogasse alguns fregueses janela a fora, as vezes, quando ousavam mexer com suas meninas, o que as pessoas de fora da taverna não sabiam, é que ele na verdade tinha um grande coração, realmente um homem bondoso e gentil, Thúdor sabia que a pessoa mais temível do local era na verdade a filha do taberneiro, a jovem Miranda, essa sim era feroz como só um animal selvagem poderia ser, embora Thúdor a quisesse bem como a uma irmã. Isso mesmo Thúdor, faz direito , não quero ver nenhuma mancha de tinta no chão- Bradou Miranda com sua voz zangada Não faz meu pai se arrepender de te acolher aquele dia , cinco anos atrás hein – colocou ela, se retirando para o interior da taverna Havia todo um clima diferente em Tarogh hoje, talvez pela data, ou talvez pelo tal visitante que a cidade iria receber, difícil dizer, mas a cidade parecia ainda mais viva do que já era normalmente, o fluxo de pessoas era intensa, alem também das diferentes classes, cores e raças. Havia desde homens de alta classe, em seus comboios carregados por escravos, até magos com vestes sujas como quem nunca viu sabão, a gnomos com barris de cerveja e até pode-se ver de relance elfos com seus magníficos arcos, na certa a serviço de algum rei. Nos dias que se seguiram a queda do mago negro era difícil ver ainda algum elfo, se eles ainda existiam era difícil dizer, talvez alguns poucos a beira da extinção, ou mesmo muitos em alguma de suas cidades reclusas no meio das florestas mais densas. De certo só podia se afirmar que alguns eram vistos esporadicamente naquela cidade, mas sem jamais se ater com bobagens ou mesmo parar em alguma taberna, a divertir-se, pareciam sempre em alguma missão importantíssima. São uns arrogantes, esses elfos , isso que são ! Afirmou Miranda com convicção ao ver que Thúdor os observava ao longe Terminaste teu serviço ? perguntou ela Sim, já terminei, já limpei, e já guardei, e sobre os elfos nada sei – riu Thúdor imitando a pose seria de Miranda Hum, parece que pelo menos quando fazes o serviço, sabes realmente fazer, a pintura ficou belíssima como sempre, não sei de onde tu tira a inspiração para esses teus desenhos – disse ela com sinceridade, olhando a pintura de Thúdor, que retratava a batalha de dois dragões sobe o gelo, era tão detalhada que parecia mais ter vida própria, não seria surpresa se eles pulassem para fora e continuassem a terrível batalha lá mesmo, pensou ela, de tão real que a pintura parecia. Thúdor deu de ombros e entrou na taverna, encontro-se, logo que entrou, com o gigante urso que todos chamavam de o “Pai” Yup, bom dia “pai” – disse Thúdor Dia – disse o gigante com uma voz gentil Terminaste a pintura que te pedi? Lembra-se que hoje é noite de casa cheia, Põe os archotes em torno da frente pra iluminar bem a arte- colocou o “Pai” Terminei sim, e já deixei os archotes de prontidão à espera da noite – respondeu Thúdor Muito bom, muito bom – disse o pai se dirigindo ao centro do salão da taverna Boa tarde meus amigos – disse se voltando as pessoas que já enchiam parcialmente a taverna mesmo sendo ainda cedo da tarde Como todos devem saber, hoje a noite teremos a comemoração da libertação do mundo do julgo daquele que vocês bem sabem, o destruidor, e não só isso, hoje teremos a honra de receber também aquele que nos salvou- disse o pai com a voz solene de discurso Será uma honra para muitos, incluindo eu, conhecer finalmente o famoso salvador do nosso mundo, os guerreiro dragão – finalizou ele ainda mais formal, parecia ter uma diminuta lagrima escorrendo daquela face gigante Peço, então, que estejamos todos nos presentes na praça do centro, logo ao cair da noite para recebê-lo e honrá-lo como se deve – finalizou o “pai” se retirando para os fundos da taverna Thúdor olhava a cena com um olhar abobalhado, pensando em como seriam esse tal “Herói” e como seria a parada que acompanharia sua chegada, antes porém que pudesse pôr-se a imaginá-la foi interrompido pelos murmúrios de diversas conversas nas mesas do bar Até onde sei ninguém sabia quem realmente é esse guerreiro – disse um anão em um canto da mesa para outro guerreiro de aspecto sujo ao seu lado Pelo que ouvi falar eles é um semi-deus, guerreiro imortal e invencíveis- colocou o guerreiro sujo, com ar de solenidade, como quem fala de algo santo. Bobagem- bradou o anão Se fosse tão poderoso por que demorara longos vinte anos para derrubar o tirano que oprimia todo o povo do mundo livre? Por que permitira todo aquele derramamento de sangue? – finalizou ele, visivelmente enfurecido Conversas semelhantes a estas se davam por todas as mesas, pois de fato, tudo que todos sabiam era que há cinco anos, naquela mesmíssima cidade, fora travada uma sangrenta batalha final, que terminou pelo fim do reinado de terror do mago negro, mas parecia que ninguém mais sabia nada alem disso, de forma que em torno disso se formou os mais distintos folclores, desde a vitória do lendário guerreiro dragão sobre o destruidor, até versões aonde o mesmo se arrependera e se tornará um monge, sendo que esta ultima era a menos crível, tendo em vista o terrível homem que o mago era, ou é? Mesmo que ninguém soubesse bem quem havia finalizado aquela batalha, o fato e que ninguém ousaria perder a chance de descobrir e ver esse famoso guerreiro pessoalmente, e ninguém que pudesse mover-se naquele dia, perderia a tal comemoração, de forma que quando a noite caiu, a cidade inteira parecia estar presente no centro, uma grande praça com uma estátua de algum rei famoso, de um passado já muito distante que fora recuperada e recolocada no centro, o tal rei era de fato imponente e bonito, segurando na mão uma espada longa, quase do tamanho de uma lança. Atenção de Thúdor foi atraída para o céu, onde explodiam ruidosamente fogos de todas as cores e tipos, um espetáculo ainda mais bonito que o do ano anterior, foi ouvido o som de trompas ao fim dos fogos, anunciando a aproximação da comitiva real e do famoso herói que ninguém sabia quem era. Você ouviu as trompas, eles já vão entrar lá naquele portão – apontou Miranda para a maior entrada das muralhas da cidade que estava aberta, excitada com todo o movimento e ansiosa para ver tudo. Ra Ra Ra – ria animadamente o “Pai” pondo um jovem garoto que tentava ver alem da multidão, saltitando em vão, em seu ombro para que pudesse enxergar acima da multidão Vem cá, aqui tu poderá ver tudo pivete – disse o “pai” com sua voz gentil e sorrindo Ta-ta – respondeu o garoto, pálido, com medo da gigante figura. Mas uma vez no ombro do “pai” esqueceu-se de tudo para observar a grande parada que se iniciou. Milhares de pessoas vestidas das maneiras mais diferentes começaram a entrar pelo portão, algo como um show de acrobacias e malabares se seguiu, deviam ser de terras distantes pois se vestiam e tinha traços muito diferentes das pessoas de Tarogh, a procissão se seguiu alternando as mais diversas atrações, animais selvagens, artistas performáticas, danças de diversos tipos, danças essas que tinham mulheres que moviam-se de maneira muito diferente das de lá, usando vestes esvoaçantes e muitos lenços, que retiravam aos poucos. Após algo em torno de trinta minutos foi possível ver ao longe o fim daquela corrente de pessoas, ao final de tudo vinha uma grande comitiva de guardas, todos vestidos em uniformes de gala e armaduras decorativas, eles flanqueavam um grupo no centro por todas as direções, protegendo-os de uma eventual ameaça. Estava claro que no centro daquela comitiva viria o rei de Tarogh, Vilgo, ultimo herdeiro do trono, trono este o qual fora deposto seu pai, ainda na época da grande guerra, por Fildreth, na invasão a cidade já há quase vinte anos atrás, seu pai faleceu antes de ver a luz de um novo tempo, e ele líder de um dos exércitos rebeldes viveu para retomar o trono após a queda do império negro. Thúdor forçou a vista, e conseguiu discernir, logo ao lado do rei, um homem grande e robusto, luzindo em uma armadura, a que tudo indicava, totalmente de ouro e ornamentos. O homem era grande, tinha uns dois metros de altura, e a armadura o engrandecia ainda mais, não era possível ver seu rosto, pois trazia na face um grande elmo em forma de dragão, com olhos de rubi, e nas costas uma grande espada, quase do tamanho do mesmo, e da largura da cabeça de um homem adulto. Até aquele momento Thúdor vinha rindo e se divertindo muito, mas a visão ao longe, daquele homem pareceu levar-lhe embora o bom humor, Miranda logo percebeu: O que se passa Thúdor? Por que essa cara feia? – inquiriu ela em tom de interrogatório Não, não é nada – respondeu ele, sem muita convicção O que se passa crianças? Por Que não estão aproveitando a festa? O rei já vai subir no grande palanque com o guerreiro dragão vejam – disse o “pai” com seu tom habitual Era verdade a comitiva já havia chegado até lá, e o rei e as demais autoridades com ele estavam agora se posicionando sobre um grande palanque sobre a praça, que fazia às vezes tanto de lugar de honra, quanto de palco, logo em frente onde se davam as apresentações de outras comitivas de artistas contratadas pelo rei para animar o evento. Ao lado do rei se encontrava o gigante guerreiro dragão, suposto salvador do mundo. As festas se seguiram com as mais diversas apresentações de trupes de artistas de todas as partes do mundo livre. Sem que ninguém reparasse o jovem garoto, que descerá das costas do “pai”, e já havia sumido no meio das pessoas, na certa para aproximar-se mais do evento, o que decidiu fazer também os jovens ali reunidos. Vamos chegar mais perto do palco – Chamou Miranda Ho Ho , vamos. Vamos sim, minha querida – Respondeu animado o “pai” Thúdor nada disse, mas se aproximou com os demais, estava anormalmente introspectivo, ainda mais do que o habitual, não tirava os olhos do tal guerreiro, e de sua espada gigantesca. Miranda desconfiada perguntou: Thúdor, você conhece aquele senhor? Você esta estranho não tira os olhos dele? Não, não conheço não – Respondeu Thúdor com pouca convicção Estou apenas avaliando ele, errr, vendo se é possível mesmo alguém como ele ter salvo todos – Disse tentando justificar-se Hum, ele parece muito forte, tem uma linda armadura em forma de dragão, e uma espada que parece matar um dragão com um único golpe – disse Miranda decidida Hum, você nunca viu um dragão Miranda não sabe do que é capaz – disse Thúdor com claro aborrecimento no rosto E você já viu não é espertalhão ? – inquiriu Miranda Não. Não. Claro que não, como poderia ter visto? Não diga bobagens! – Disse Thúdor tentando se justificar Dragões é um ser místico, e extremamente poderoso, logo não pode ser derrotado por um único golpe de espada, sua tola, nem por muitos – disse com um tom que não lhe era habitual E como você pode saber disso? Se você e só um pintor que não tem aonde cair morto – colocou Miranda com tom zombeteiro Você esta é com inveja, isso e despeito, porque você não chega aos pés de um homem como aquele – disse Miranda, tentando provocar ainda mais Thúdor Esse apenas deu de ombros, aquela conversa estava encerrada. As apresentações se seguiram até o momento que o rei levantou-se no palanque e iniciou o habitual discurso da comemoração daquele dia celebre: Boa noite irmãos e irmãs de Tarogh é com prazer que venho aqui essa noite lhes falar mais uma vez. – Disse o Rei, iniciando seu habitual discurso anual Apontar o quanto a vida tem melhorado a cada ano desde o fim daquela guerra sem sentido, é desnecessário, para ver a melhora basta abrir os olhos. Para lhes falar o quanto crescemos, o quanto a cidade se desenvolveu, tudo isso vocês, meu povo, já sabem e vivem todos os dias. – Apontou o Rei com um tom choroso na voz Portanto o que eu gostaria mesmo de lhes falar é que pela primeira vez nessa grande festa anual teremos a chance de ver de perto, e agradecer a esse homem, que foi responsável por tudo isso, por transformar a Tarogh de cinco anos atrás, na de hoje – Disse o rei, apontando para o gigante logo atrás dele se ele e seus companheiros não tivessem derrubado aquele usurpador de tronos, aquele demônio, hoje ainda viveríamos nas trevas e nada poderia ser feito quanto a isso, continuaríamos dia e noite no choro e no lamento, vendo os jovens morrerem em uma batalha sem fim, e as crianças, mulheres e os idosos, morrerem de fome e de doenças. Assim não a agradecimento que baste, nem palavra que realmente atinja o ponto que realmente quero passar. – Disse o Rei, com um tom emocionado na voz Meus irmãos conheçam Asam, o guerreiro dragão, o homem que salvou todos os vivos e a até mesmo aqueles que ainda não viviam, eu peço uma salva de palmas – Finalizou O Rei, batendo palmas, logo seguido pela multidão, gerando um som altíssimo de palmas pelo ar. Após a ovação, o guerreiro Asam se dirigiu ao centro do palanque, onde antes esteve o Rei, com um andar pesado, e seguido pelo som das pesadas pisadas de sua grande armadura no chão, foi seguido pelos olhos de todos ali, passo a passo até chegar ao local que inicio seu discurso ao povo. Boa noite povo de Tarogh, como seu bom rei lhes falou, eu sou o guerreiro dragão, como o das lendas, e sim, eu derrubei Fildreth, o mago negro, eu mesmo finquei-lhe essa espada no coração- disse ele retirando a enorme arma das costas e levantando-a para que todo o público a admirasse, Asam não deve ter percebido, mas a simples menção do nome do mago, fez muito olharem arrepiados, pois em apenas cinco anos ainda não foi possível ao povo esquecer a dor e o sofrimento pelo qual passaram. O maldito mago tentou pegar-me de todas as formas, mas falhou ruidosamente, pois sou eu o guerreiro mais forte de todo o mundo livre – Bradou ele, logo em seguida golpeando o ar, gerando uma forte onda de vento na direção do público. O povo foi à loucura, gritos de incentivo e agradecimento podiam ser ouvidos por toda a cidade, de certo, de tão altos que estes eram. O povo estava excitado tanto com o fato de conhecerem seu salvador, destruidor do mal em pessoa, quanto pelo momento, pela figura imponente que ali se encontrava, com sua armadura reluzente e seu elmo em forma de cabeça de dragão, e pela demonstração de sua força aterradora. Thúdor estava estranhamente enfurecido, havia uma chama em seus olhos que Miranda nunca tinha visto em cinco anos de conivência, ele apertava os dedos, como que pronto a esmurrar alguém, mas conteve-se e contentou-se de olhar o gigante guerreiro ao longe, ainda com cara de poucos amigos. O jovem que antes estava nos ombros do “pai” agora estava, com uso de uma vareta fina como o dedo de um homem adulto, derrubando os alforjes de algumas desavisados, vidrados no palco, distraídos demais para perceber que o pequeno gatuno lhes levava o ouro, Thúdor vendo a cena não pode deixar de rir, com a figura caricata do menino com pose de fantástico ladrão, pensou em correr até ele e lhe repreender, mas sabia que longe daquela ostentação do centro da cidade, havia ainda muita fome e desolação, e que aquele menino devia ter mãe e talvez até irmãos a quem ajudaria com aquele ouro, e preferia continuar escutando o guerreiro, mas não sem antes mencionar de canto de boca, palavras que Miranda entendeu como “Ladrão”. Todos se recordam que a marcha negra, o exercito de malditos, dominava todos os campos de guerra, pois eu sozinho a derrotei, montado em meu Dragão, juntos eu e ele, derrotamos milhares de guerreiros aquele dia, e depois invadimos o castelo do maldito, que era aqui mesmo dentro das muralhas dessa cidade, fui a seu encontro no trono pútrido que ocupava, lhe desafiei, ele tentou fugir, mas persegui-lhe e o matei, e disse-lhe “morre demônio, não mais derramara sangue de inocente nenhum, saibas, no inferno, que quem matou-te foi Asam, o maior guerreiro dragão que já viveu” e em seguida o levantei acima do chão com minha espada em seu peito- Gritou Asam, gesticulando com a espada, mostrando como foi a cena Quando o demônio caiu, do chão sairão criaturas negras, como pequenos demônios e o levaram para as profundezas do inferno- finalizou Asam com ar de invencível e fez pose para o público com os braços no ar Asam, Asam, Asam ! – gritava o povo no centro, todos como que encantados com aquele poderoso guerreiro Após o fim do enérgico discurso de Asam as festas recomeçaram, e seguiu-se mais apresentações de diferentes grupos artísticos, ainda antes do fim o rei se pronunciou novamente, indo ao centro do palanque: Bem, amigos de Tarogh, não é atoa a presença do ilustre guerreiro dragão neste dia em nossa cidade, de fato, longe disso, ele esta aqui a convite meu, para assumir a posição de líder dos exércitos da cidade, portanto recebam o General Asam – Disse o Rei Vilgo, cedendo o lugar de honra do palanque para o general Asam, Asam, Asam ! – gritou novamente o povo no centro, novamente excitado pela noticia que chegava, de fato, embora vissem tempos de paz, e nada fosse ruim perto do que fora cinco anos atrás, Tarogh não era uma cidade segura, furtos e aténtados aconteciam com certa freqüência, pois a parte mais afastada da cidade não usufruía da riqueza da parte central desta, por isso a idéia de ter tão poderoso guerreiro como general, representava um novo ar de que a coisa agora mudaria em relação a esses acontecimentos. O gigante aproximou do centro do palco, então acenou a todos e foi se aproximando cada vez mais da borda do palco, e então, atirou-se de lá em direção ao chão, mas não sem antes descrever uma serie de piruetas no ar, saltar de lá não era um grande desafio em si, a altura não devia passar muito dos dois metros, mas o giro que o gigante descrevia no ar, parecia que este flutuava ligeiramente antes de tocar o chão decidido, e então falou: Povo dessa bela cidade, eu venho aqui a vocês, não como um nobre, mas como um guerreiro, um general, e será no meio de vocês que viverei e os protegerei, portanto acostume-se com minha presença e sem meio e.... – parou repentinamente de falar o gigante Asam Aonde esta meu alforje – Bradou em alto som Onde esta? ONDE? Eu mato que ousou tocar em meu ouro – Gritou histérico, longe de sua pose de bom moco, mais parecia possesso. Você?VOCE? Seu ladrãozinho eu te mato! Ouve-me bem eu TE MATO! – e saiu em disparada em direção ao pequeno garoto que antes havia subido no ombro do “Pai” Pega cão imundo – Bradou a plenos pulmões golpeando o ar com um violento golpe, todos se afastaram do local, assustadíssimos, mas não longe o bastante para que perdessem a visão do espetáculo que se seguiria. Não mesmo senhor – Gritou o “pai” com um tom muito mais forte do que o que usava normalmente, havia se colocado entre o gigante e o garoto, alias perto do pai o gigante passou a parecer comum, absorveu completamente o poderoso golpe que atingiu a altura de suas costas, mas não sem antes ser empurrado alguns centímetros para trás, da força daquele impacto, tinha agora o garoto envolvido em suas mãos. Mas hora! quem ousa? quem és tu plebeu? Com que autoridade ousa impedir-me de aplicar justo castigo a um criminoso? – Bradou Asam com os olhos vermelhos enfurecido Sou um cidadão de Tarogh, que não permitirá que ninguém, seja lá quem for, atente contra a vida de uma criança inocente, que comete um erro, de certo para alimentar a família em necessidade - Disse o “pai” levantando-se em frente ao gigante e mostrando-lhe que gigante ali era ele. Meu deus do céu, oh meu deus do céu – Gritou Miranda em desespero Ele vai matá-lo Thúdor, vai matá-lo, ajuda ele, ajudaaaaa! – disse em tom de desespero, mas quando se virou para olhar para o jovem, este não estava mais ali. Miranda enfureceu-se com Thúdor, como se a culpa da situação do “pai” fosse do próprio. Olhou então novamente para o local do conflito entre Asam e o “pai”, este discutiam ruidosamente, então Asam bradou: Chega, cão sai da frente e perdoarei seu feito, tendo em vista que visava proteger a criança, mas onde tu vês uma criança eu vejo um ladrão, e como ladrão será tratado Se ele é um ladrão, então sou seu guarda-costas, o castigo dele será, também, o meu castigo- disse o “pai” jogando o garoto alguns metros atrás de si e tomando posição de luta Então que assim o seja, que todos testemunhem que fui justo e magnânimo, como esperado de um nobre general como eu – Bradou Asam em tom de discurso para que todos ouvissem, em uma de suas poses de vitoria com os braços erguidos, virou-se então para o pai e avançou rápido como um raio em direção dele. Golpeou-lhe visando a face, mas o “pai” bloqueou com os braços, um imenso bolo roxo subiu do braço do pai, de certo o golpe fora potentíssimo, mas não se poderia perceber o menor sinal de dor na face do “pai”, de tão compenetrado que estava. Arrastado quase um metro pra trás do poderoso golpe de Asam, o “pai” saltou magníficos dois metros de altura, que somados ao seu tamanho descomunal, fizeram certamente que muitos na multidão acreditassem que ele levantara voou, desceu com os dois pés visando a cabeça de Asam, mas esse ainda mais rápido desviou-se por um triz, e o golpe do “pai” fez um grande estrondo e quebrou o chão, como se ali tivesse caído uma pesadíssima rocha. Asam afastou alguns metros e novamente investiu contra o “pai”, acertou lhe em cheio a face, e desnorteado baixou à guarda, Asam então lhe golpeou diversas vezes visando seus rosto, mas também o ventre, atingindo, por certo, pontos vitais para aumentar o dano causado. Após deliciar-se com uma saraivada de golpes, parou de repente e afastou-se de sua vítima, como que para apreciar o resultado da investida. O “pai” tinha hematomas por todo o rosto, agora desfigurado, certamente seu ventre não estaria em estado melhor, mas mantinha-se de pé, e em posição de luta. Asam por um momento surpreendeu-se com a cena, estava certo que o inimigo cairia, senão morto, no mínimo desacordado e em estado grave, olhou furiosamente para o pai, levantou sua espada, mas parecia um longo tronco de árvore e disse: És muito forte para um cão, vou matar-te então com a mesma espada que matei o demônio, vou cortar-te em dois e dar-te aos cães, ou quem sabe para os pobres ladrões esfomeados que tu morreste protegendo, alias para os outros, pois este morrerá logo em seguida Vai ter que me matar antes disso seu maldito assassino – Gritou o “pai” com a voz engasgada pelos inchaços em seu rosto e o sangue que agora escorria pela sua face suavemente. Minha intenção não era outra senão essa – disse Asam movendo-se rapidamente em direção de sua vítima, e desferindo um golpe fortíssimo, e por um segundo, a espada gigante pareceu desaparecer completamente, e então se ouviu um poderoso estrondo, e o pai foi arremessado muitos metros em direção a parede de uma das construções que circundavam a praça, parecia seriamente machucado, mas ainda estava inteiro, ainda era um só, para indignação de seu violento oponente, que olhando para ele ao longe gritou: HAHA , muito bom, muito bom, conseguiu mover-se a tempo de proteger-se de meu golpe, e ainda tentaste paralisá-lo segurando os dois lado de minha espada, um feito magnífico de fato, seguramente daria um forte guerreiro, após matar essa ladrão dar-te-ei a chance de ser meu servo e obedecer a minhas ordens – disse em tom alto suficiente para que o pai caído a alguns poucos metros pudesse ouvi-lo, mas este não pode fazê-lo, devido aos danos estava desacordado, Asam virou-se para a pobre criança que estava perto do local onde caíra o pai, o pobre coitado tremia e chorava, já havia derrubado o pequeno graveto que usara para roubar o alforje de Asam, e havia derrubado até mesmo o fruto de seu roubo, este não mais importava, estava agora apegado somente a sua vida, e achava que a perderia nos próximos segundos. Asam saltou alto, muito alto, e rápido com um raio na direção do pequeno garoto, desferindo um forte golpe de cima para baixo, visando de certo cortar o pobre em dois, ou talvez com tamanha força, não sobrasse nem mesmo dois pedaços distintos da pobre criança, nesse momento todo o público se calou, a multidão estava seguramente hipnotizada pela cena, mas longe da excitação que a luta de Asam com o “pai” havia lhes proporcionado, estavam agora todos bestificados, divididos entre o medo e a indignação, diante da cena do salvador do mundo visando sua espada salvadora para matar uma criança de rua. Toda a investida, desde o salto, até o impacto, não deveria ter demorado mais que dois ou três segundos, de tão rápido e terrível que era ASAM, o guerreiro dragão, suposto salvador do mundo livre, das garras de Fildreth, o mago negro. No entanto o tempo parecia ter parado naquele momento, parecia que o guerreiro jamais chegaria ao chão, parecia que todos os corações que olhavam à cena, indignados, estavam parados diante daquilo, parecia que o destino do garoto estava traçado, certamente parecia que o castigo havia sido aplicado, mas ao invés do impacto fortíssimo que todos esperavam, ao invés do sangue espalhado por todos os lados, ao invés de talvez um ignóbil grito da pobre vítima antes de seu fim frágil, ao invés de tudo isso, nada se ouviu, Asam atingira seu objetivo, pensaram todos, estava lá, ocupando agora o local bem em frente onde o jovem estava, porque então não se ouviu nenhum som, por que a poderosa espada não desferiu seu som gutural? Asam não se movia, de onde estavam os espectadores, só era possível vê-lo de costas, imóvel, nada dizia, nada fazia, parado como se fosse ele, também, uma estátua, como a do grande rei do passado no centro daquela mesma praça. A multidão moveu-se na direção de Asam, todos querendo ver o que tinha acontecido cegos por sua excitação e curiosidade, já haviam esquecido o perigo de estar ali, esqueceram até a indignação com o ato assassino do General. Aproximaram-se mais, então foi possível ver, a cena fantástica que presenciaram, de certo, jamais havia passado pela cabeça nem do mais sonhador daqueles que a presenciaram, Asam, de fato, não atingirá seu objetivo, não, entre ele e seu alvo, o pobre garoto ladrão, havia um homem de vestes simples, mais parecia um mendigo, não estivessem as vetes tão limpas, o homem trazia na mão o graveto que o garoto usara para roubar Asam, o jovem era ninguém menos que Thúdor. Fantasticamente, magicamente, absurdamente, ele havia, de alguma forma milagrosa, impedido o golpe avassalador da espada de Asam, golpe este capaz de arremessar o corpanzil gigante do “pai” muitos metros de distância, e o mais fantástico, havia usado para seu feito, não uma arma, mas o frágil graveto de madeira que trazia em suas mãos. Asam olhava bestificado a cena, estava em silencio por um tempo próximo a um minuto, saiu do choque, olhou Thúdor nos olhos e falou: Quem? Quem és tu Bruxo? Quem és tu demônio? Quem debaixo desse céu pode fazer isso? Quem pode parar um golpe desses com um frágil graveto de madeira? Não , não , ninguém pode fazê-lo, de certo usou algum truque , usou? Não usou? Asam foi tirado da confusão mental, pelo movimento simples e rápido do graveto na mão de Thúdor, esse o moveu como se devolvendo uma espada para a bainha, em sua cintura, e a espada de Asam, que ainda estava encostada a esse, foi arremessada alguns metros de distância, Thúdor olhou para o apavorado Asam e disse: Muito são os homens debaixo desse céu que podem parar teu golpe, muito são eles, como muito são os assassinos dispostos a matarem crianças. Ademais quem julga que és para condená-lo por roubo, logo tu que é igualmente ladrão! – Bradou Thúdor com uma voz que não parecia vir dele, parecia serena, mas ao mesmo tempo forte, como um pai que, com autoridade, fala a um filho Ladrão? Como? Como ladrão? Quem é você? – Disse Asam com a voz tremula, como que pego de surpresa
Aguardo o feedback do senhores, pois ele é importantíssimo para mim.
O texto esta em uma aba de spoiler, tendo em vista que é bastante extenso, compreende o capitulo um inteiro do projeto.
podem mandar o feedback atraves de comentário, email (kalil@farmartins.com) ou mensagem privada , como preferirem
agradeço a atenção de quem gastou seu precioso tempo para ler o texto deste que os escreve.
posso mandar o arquivo em .docx para o email de quem preferir, já que no word é melhor para leitura
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